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Festival
de Gramado 98
Constelação mirim brilha em gramado
O garoto Samuel Costa, famoso nacionalmente no papel de Menino Maluquinho, deve desembarcar nesta sexta no 26º Festival de Gramado – Cinema Latino e Brasileiro. Será mais um infante de pouca idade e grande talento a circular pela cidade. Na falta de grandes estrelas, os astros mirins garantem o brilho do festival. Vinícius de Oliveira é um menino de 12 anos que se tornou célebre em todo o mundo e mudou radicalmente de vida graças a Central do Brasil. Ítalo Maia, 14, concorre ao Kikito com o curta de animação O Nordestino e o Toque de sua Lamparina. Luisa Phebo (foto) deu vida à menina Clarice Lispector.
Depois da chacoalhada
Vinícius de Oliveira trabalhava como engraxate no aeroporto do Rio de Janeiro quando foi descoberto pelo cineasta Walter Salles. Terminou como astro do mais emocionante filme brasileiro do ano, mas não agüenta mais contar essa história. Desde a premiação de Central do Brasil no Festival de Berlim, Vinícius não pára de dar entrevistas. A vida dele deu uma grande chacoalhada. "Mudou tudo", diz o ator. De uma casa pobre no Bonsucesso, subúrbio do Rio, ele foi morar em uma bela casa na zona Sul. De uma escola pública, Vinicius pulou para um bom colégio, com direito a professora particular. "Graças ao filme, viajei para lugares maravilhosos. Lugares que eu não teria chance de conhecer", afirma o menino sonhava em ser jogador de futebol e agora planeja continuar na carreira de ator. A produtora Lucy Barreto já anunciou em Gramado que brevemente Vinícius será convidado para trabalhar num filme do clã dos Barreto.
Um cearense animado
Aos 13 anos, Ítalo Maia dirigiu o curta de animação O Nordestino e o Toque de sua Lamparina, exibido no domingo na mostra competitiva de Gramado. Durante a produção do curta, Ítalo coordenou uma equipe de 15 pessoas durante cinco meses. O resultado foi a confecção de mais de 5 mil desenhos transformados em oito minutos de animação. Fã dos desenhos animados produzidos pelos estúdios Disney e do cartunista cearense Mino, Ítalo acha que todo filme tem que ter uma função social. "Num desenho, você pode tudo. Em O Nordestino e o Toque de sua Lamparina, ajudei o sertanejo fazendo com que ele descobrisse uma lâmpada mágica no meio da caatinga", explica o diretor-mirim. Em seu próximo curta, Ítalo quer ensinar as pessoas a economizar energia e proteger a natureza. Ele estuda desde 1995 no Núcleo de Animação do Ceará.
Minimusa por acaso
Luísa Phebo, 10 anos, faz o papel de Clarice Lispector quando jovem no filme Clandestina Felicidade. O curta, inspirado no conto Felicidade Clandestina, reproduz passagens da infância da autora de Perto do Coração Selvagem e A Hora da Estrela. A vontade que a escritora tinha de ler Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, costura a narrativa. Sobra fragmentação (ainda mais do que nos textos de Clarice), e destaca-se o desempenho da pequena Luísa. A menina nasceu no Rio, mudou-se aos três anos para Recife e, no ano passado, fez o teste para estrelar Clandestina Felicidade. Logo estava entre as finalistas. Depois de um mês de laboratório, foi confirmada no papel. Luísa, que nem pensava
em ser artista e nunca ouvira falar em Clarice Lispector, agora já leu
alguns dos livros infantis da escritora e já tem convite para um longa.
O filme, intitulado Restos de Deus entre os Dentes, seria uma espécie
de thriller de aventura sobre três meninas que desvendam um crime. (Agência
RBS)
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