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Festival
de Gramado 98
Navegando na correnteza do ciúme
Em 1982, o filme Ilha dos Amores, de Paulo Rocha, eriçou o Festival de Cannes contando a história de um escritor português que viveu no Japão como um mendigo no século 19 e costumava falar com os fantasmas de suas amadas. Rio do Ouro, que será apresentado nesta sexta em Gramado, é um filme menos radical do diretor.
Inspirado nos cantadores cegos que percorriam os trens cantando amores e tragédias, Paulo quis mostrar como o ciúme pode enlouquecer as pessoas. Mais: ele pode fazer coisas impossíveis acontecerem. São 103 minutos em ritmo de conto popular, com pitadas de realismo fantástico. Em 1958, um triângulo amoroso entre um casal de meia-idade e a jovem Melita fica ainda mais complicado com a presença de um cigano que tem visões. A ação acontece na maior parte do tempo perto do rio. Lima Duarte, que vive o marido, foi convidado por ter o tipo físico ideal para o personagem – um homem forte, mas não bruto, com ar de herói. Cacá Diegues mostrou
o roteiro a Lima e ele topou na hora, feliz por filmar na terra de seus
avós. Rocha diz que aproveitou os dois meses de filmagem ao lado de Lima,
"um português à moda antiga, fidalgo e atencioso, sempre disposto
a declamar de cor páginas de autores famosos", disse o cineasta português.(Agência
RBS)
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