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Quarta-feira traz um dos filmes mais esperados do festival
Terça, 01 de agosto de 2000, 23h32min Luciana Rocha, direto de Gramado O terceiro dia de festival promete muita agitação em Gramado. O filme mais esperado é o longa-metragem Estorvo, de Ruy Guerra, baseado na obra de Chico Buarque. A quarta-feira começa com a apresentação de Tainá, uma aventura na Amazônia, longa-metragem que faz parte da Sessão Especial. O filme conta a história de uma indiazinha de 8 anos que vive com seu avô, o velho e sábio Tigê, no centro da floresta amazônica. Com direção de Tânia Lamarca, "Tainá" relata a trajetória da garota que, com a morte do avô, acaba defendendo a flora e a fauna amazônicas, ameaçada por contrabandistas. O segundo filme da tarde, exibido às 16h45 é Leste-Oeste, produção da França, Rússia, Bulgária e Espanha, dirigida por Régis Wargnier, que retrata a vida de uma casal de refugidos russos que, de volta à União Soviética, são recebidos com repressão, suspeitos de espionagem. A partir das 19h30, dois curtas-metragens antecipam a exibição dos longas em competição: Cão Guia, de Gustavo Acioli e Cavaleiro Jorge, do animador Otto Guerra. Santitos, do México, é o primeiro longa em competição a ser exibido esta noite. Dirigido por Alejandro Springall, o filme traz a história de Esperanza Díaz, jovem viúva que, inconformada com a morte da filha, busca explicações e forças no misticismo, até quando um santo aparece milagrosamente na sua janela e lhe dá misteriosas instruções que acaba levando-a a uma viagem perigosa e desastrosa. O filme conquistou o Prêmio da Crítica nos Encontros de Cinema da América Latina de Toulouse, na França, em março deste ano, além de Menção Especial do Júri. O tão aguardado filme de Ruy Guerra fecha a noite. Estorvo divaga sobre o pesadelo existencialista de um personagem anônimo que vaga por uma grande cidade. Assustado, recluso e desconfiado, o personagem encara seus próprios fantasmas, afrontando a violência e seu passado. Numa fuga sem destino, envolve-se com uma série de personagens extremados, revê amigos, busca a família e envolve-se numa série de ações, na tentativa de descobrir o enigma de sua caminhada. O filme não foi bem recebido na competição de Cannes deste ano. Embora tenha sofrido com a crítica brasileira, que não guardou elogios a Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington, Estorvo foi aclamado por alguns jornais europeus, chegando a ser citado como melhor filme do festival.
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