TERRA

 


NotíciasEsportesDiversãoShoppingChatCentro de Comunicação
Almas GêmeasBuscaCartõesCidade VirtualEconomiaEducaçãoInformáticaMultimídia 


Brasil, Assine a TerraAnuncie na TerraClube TerraCentral do AssinanteAviso LegalPolítica de Privacidade
Cobertura Especial do 28o. Festival de Cinema de GramadoCobertura Especial do 28o. Festival de Cinema de GramadoCobertura Especial do 28o. Festival de Cinema de GramadoCobertura Especial do 28o. Festival de Cinema de Gramado
NOTÍCIAS | VÍDEOS | CHAT | GALERIA DE FOTOS | SERRA GAÚCHA | SITE OFICIAL  
Florinda Bolkan decepciona com novo filme

Sábado, 05 de agosto de 2000, 13h51min
Na sexta-feira, último dia de mostra competitiva no 28º Festival de Gramado, os longas revelaram uma linda pérola do cinema romântico, e uma produção infeliz na estréia de sua diretora. São, respectivamente, El Mismo Amor, la Misma Lluvia, de Juan José Campanella, e Eu Não Conhecia Tururu, de Florinda Bolkan.

El Mismo Amor… é o tipo de filme que nos faz cair na real e perceber que não existem mais fábulas românticas no cinema. Isto por que este filme deve ser um dos poucos exemplos sinceros do gênero. É também uma comédia de situações, que vai mostrando desde o começo da década de 80 até os dias atuais os encontros e desencontros de Laura (a linda e cativante Soledad Villamil) e Jorge (o convincente Ricardo Darín). De leve, vai-se acompanhando alguns processos políticos de importância histórica da Argentina, pela ótica da revista para qual Jorge escreve contos e críticas de teatro.

Campanella nos apresenta uma história tenra, muito feminina apesar de ser contada pelas experiências do protagonista Jorge. Isso torna-se evidente no desenrolar do filme, quando Jorge não esconde ser um intelectual pretensioso que não admite interferências de outras pessoas naquilo que faz. Ironicamente, ele usa o adjetivo "infantil" em muitas de suas críticas, sem saber, porém, que entre as personagens ele é a mais adolescente. Quem tenta lhe revelar esse lado é sempre Laura, sem nunca obter êxito. Assim, Jorge só aprende com seus próprios erros, processo demorado e constante. E cada vez que ele reencontra Laura - explicitamente o maior amor de sua vida - cabe a ela continuar essa louca orientação. Não é um concorrente ao Kikito de melhor filme, mas é um filme de roteiro muito interessante, podendo conquistar o troféu nessa categoria.

Florinda Bolkan se perdeu completamente na hora de escrever, dirigir, produzir, enfim… na hora de realizar seu Eu não Conhecia Tururu. Ainda bem que é seu primeiro longa, o que a restringe um pouco a falta de Florinda. Restou-lhe a lição, e maiores reflexões na sua busca como diretora.

O filme parece uma tentativa de apologia constante. Na verdade são três as explicações para as imprudências que a atriz /diretora quer desculpar-se através do enredo. Primeira: sou legal e sem preconceitos. Entre o mesmo círculo de família e amigos convivem todos os estereótipos possíveis de maneira pacífica. Há gays, lésbicas, ninfomaníacas, gente depressiva, artistas e intelectualóides, canastrões, tem de tudo. Esses tipos têm como base as quatro irmãs, que se reúnem na casa da mãe no Ceará para ir ao casamento de uma delas. Aliás a sede da família é o casarão enorme da mãe, onde a cada segundo entram e saem vários dos carros importados das filhas, geralmente após uma visita a outra das mansões de Fortaleza ou a um passeio popular pela periferia pobre da cidade.

O segundo ato falho de Florinda é: "amo meu Brasil apesar de morar na Itália". Por isso caem cascatas de imagens das praias, pescadores, jangadas, festas populares, procissões, danças típicas. Aliás, receitas nordestinas, de tapióca passando por baião de dois até chegar na cabidela, são o único consumo gastronômico da família do café da manhã até o jantar.

Por último, a atriz tentou provar que pode dirigir e interpretar ao mesmo tempo, não só comprometendo sua atuação como a de todo o elenco. A única que realmente se destaca é Maria Zilda Bethlem (que brigou abertamente com Florinda durante as filmagens, sem fazer as pazes mesmo com o filme terminado). Florinda ao tentar atuar em português soa estrangeira, e se esforça em amenizar o problema com uma personagem que é uma reconhecida escritora na Itália. Assim ela pode mostrar também que no italiano se mantém afiada.

O que fica é a saudade de outros tempos de Florinda, quando diretores como Luchino Visconti e Richard Lang a mantinham nas rédeas. Porém, agora que soltou-se, Florinda precisa ter mais cautela.

Agência Estado

Mais notícias | Cobertura completa

Copyright© 2000 Terra Networks, S.A. Todos os direitos reservados. All rights reserved.