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Chat com Reginaldo Farias e Roberto Farias
(2/8/2000)
| Moderador 16:01:13 | |
Reginaldo Farias
e Roberto Farias
O chat com o ator Reginaldo Farias e o diretor Roberto
Farias foi realizado diretamente do estande da Terra no 28º Festival
de Cinema de Gramado. |
| Moderador 16:06:52 fala com Farias | | Leo pergunta: Reginaldo Farias o que você acha da dificuldade encontrada pelos jovens cineastas para realizar um curta metragem? E qual você acha que é o melhor meio para divulgar e exibir o curta? |
| Moderador 16:07:06 fala com Farias | | Anônimo pergunta: Olá. Reginaldo, que diferença há entre o festival de Gramado de hoje e os iniciais? |
| Moderador 16:09:39 fala com Farias | | Tv GLOBO pergunta: Reginaldo, quantos filmes você já fez? |
| Moderador 16:11:23 fala com Farias | | tteco pergunta: Por que já não se produzem filmes de qualidade como Assalto ao Trem Pagador? |
| Farias 16:11:31 | | Leo, O cinema brasileiro hoje em dia faz muito mais curta do que longa. /quem quer
fazer um curta acaba conseguindo meios para realizar o projeto. Há concursos, há incentivo fiscal etc. que vocÊ PODE PROCURAR. eXIBIR É COMPLICADO, MAS
AQUI NO /RIO /GRANDE DO /SUL, O /GOVERNO ESTÁ APOIANDO TAMBÉM A EXIBI´CÃO DE FILMES NACIONAIS. aqui em Gramado surgiu uma proposta de levar os filmes do festival a 100 cidades do interior do estado. É
preciso, em última análise, lutar muito para fazer cinema, seja curta ou longe. |
| Moderador 16:13:26 fala com Farias | | Daniele pergunta: Qual é o melhor caminho a para quem quer seguir a carreira de atriz? |
| Moderador 16:14:49 fala com Farias | | Anônimo pergunta: POr que o nome de vocês é diferente se vocês são irmãos? |
| Farias 16:15:38 | | anonimo: Os primeiros festivais não eram competitivos. Só a partir de 72 passou a ser competitivo. Mesmos os gramadenses que no
princípio viam o festival mais como uma badalação, foram se acostumando a ver o potencial que ele representava para o turismo e o
desenvolvimento da cidade. O cinema brasileiro foi sendo levado a sério, passou-se a discutir aqui os seus problemas,
fóruns, conferências, política do cinema brasileiro. Nosso cinema foi crescendo e o festival também.
Hoje o festival é tão importante para o cinema brasileiro quanto o cinema para o festival. |
| Moderador 16:15:41 fala com Farias | | André pergunta: Roberto. Como foi trabalhar com Roberto Carlos? Aqueles filmes são muitos legais... |
| Farias 16:16:25 | | tv globo. Mais ou menos uns
30 de longa-metragem. |
| Moderador 16:16:26 fala com Farias | | Renato: que tal é participar de um festival de cinema como júri de filmes de colegas e amigo? |
| Moderador 16:17:03 fala com Farias | | André pergunta: Roberto queria saber quais são seus diretores de cinema Brasileiros favoritos atualmente? |
| Moderador 16:18:30 fala com Farias | | Leonardo pergunta: Como é fazer um filme politicamente engajado, como Pra Frente Brasil, e logo depois um dos Trapalhões? O diretor tem que sobreviver fazendo tudo o que aparece? |
| Farias 16:19:20 | | tteco: a modéstia me impede de responder. Brincadeira. Há muitos filmes de qualidade que foram produzidos de 1962, quando foi feito o Trem Pagador, para cá.. Os exemplos são muitos. O Brasil tem sido reconhecido no mundo como um dos principais países produtores de cinema, premiados internacionalmente e
também exibindo filmes brasileiros no mundo inteiro. |
| Farias 16:20:23 | | André. Foi divertido, agradável e maravilhoso viver o sucesso daqueles filmes. |
| Moderador 16:20:32 fala com Farias | | TV GLOBO elogia: Adoro seus filmes por isso eu estou nesta
entrevista,continue fazendo vários filmes como você faz... |
| Farias 16:21:22 | | Renato. Uma saia justa. De qualquer modo, Reginaldo aqui do meu lado está dizendo que a gente nâo vai julgar os colegas, mas os filmes. |
| Farias 16:25:45 | | Leonardo. Estou sendo homenageado em Gramado pelos meus 50 anos de cinema. Não se de que você vive, eu vivo de cinema. Tive um prazer enorme de fazer Pra Frente Brasil porque me livrei de um peso. Muita alegria fazer o filme dos Trapalhões porque realizei um sonho, o de filmar O Auto da Compadecida de
Ariano Suassuna com os quatro trapalhões. Sou profissional de cinema e não tenho preconceitos. Você pode fazer um bom filme com os
Trapalhões, como pode fazer um mau filme com outras pretensões. Ser popular não significa ser mal feito, de má qualidade. |
| Moderador 16:25:54 fala com Farias | | Leo pergunta: Quais são os cursos ou livros que você indicaria para quem quer realizar um filme?? |
| Moderador 16:27:42 fala com Farias | | Renata: Roberto que filme você acha q é o grande favorito no festival? |
| Farias 16:27:57 | | tv globo. Obrigado. quem sabe não viremos a fazer filmes juntos? |
| Moderador 16:32:28 fala com Farias | | Michel: Roberto como você vê a nova perspectiva do cinema nacional? Acredita que finalmente terá o espaço que deve nas salas de cinema? |
| Farias 16:32:32 | | Leo. O melhor, Leo, é a universidade que tenha curso de cinema. Aqui no Rio Grande há a
PUC, de onde tem saído gente maravilhosa. No meu tempo a gente lia um livro de um tal de Kulshov. Hoje há inúmeros. É só entrar numa livraria e perguntar. Fora isso, recomendaria um livro de Arnheim, chamado Arte e Percepção Visual, que é maravilhoso. E antes de ler os livros de cinema, leia A arte Poética de Aristóteles para saber
contar uma história. |
| Farias 16:33:15 | | Renata. Como posso responder a essa pergunta, sendo presidente do
júri, com o festival em andamento? |
| Moderador 16:34:27 fala com Farias | | Adolfo pergunta: Roberto. Qual seus planos para o futuro? |
| Farias 16:35:06 | | Michel. Do ponto de vista da conquista do mercado, o cinema brasileiro regrediu muito. Há grandes dificuldades, o cinema
estrangeiro ocupa, hoje, 95% do mercado e o cinema b |
| Moderador 16:37:06 fala com Farias | | fernando: Roberto, você acredita que cinema nacional já superou o estigma de filmes com
bastante nudez e palavrões? |
| Farias 16:38:35 | | ... brasileiro regrediu muito. São tantos os problemas que não dá para enumerar aqui. Basicamente, todos os dispositivos que permitiam ao cinema brasileiro diminuir a desigualdade na competitividade com o cinema estrangeiro foram
destruídos. O II Congresso de Cinema brasileiro realizado aqui em Porto Alegre apontou vários caminhos para recuperar o mercado. Oxalá se
consiga implementar as medidas preconizadas. É preciso corrigir os dispositivos de recursos destinados ao cinema e encontrar novas saídas para a distribuição do filme brasileiro no seu
próprio mercado e no exterior. |
| Moderador 16:39:03 fala com Farias | | Leonardo pergunta: Você acha que os filmes brasileiros que concorreram ao
Oscar nas 2 últimas edições foram `garfiados`? Eles mereciam ter ganho a estatueta? |
| Farias 16:39:05 | | Adolfo. Continuar
trabalhando em cinema e televisão. |
| Farias 16:41:53 | | Adolfo. A disputa do Oscar é uma demonstração de quanto o cinema americano preza seu cinema e como trabalha para a sua divulgação. Nada que não aponte para esse caminho interessa ao cinema americano. Não acho que "garfaram". Apenas não ganhou. Não correspondiam aos interesses de quem votou, nem à sua maneira de ver o cinema. |
| Moderador 16:42:35 fala com Farias | | Leo pergunta:
Roberto, você acha que o cinema americano está diminuindo a capacidade de desenvoltura de novos profissionais que
ingressam no ramo cinematográfico?Afinal a grande maioria dos filmes que saem de lá são
desprezíveis. |
| Moderador 16:44:25 fala com Farias | | fanti pergunta:
Ola Roberto, tudo bom? Minha pergunta é: você já utilizou câmeras
digitais para filmar? Acha que esse é mesmo o futuro do cinema, ou o bom e velho filme nunca vai ser
substituído? |
| Farias 16:45:45 | | Leo. O cinema americano ocupa 95% das telas do mundo, inclusive Brasil. Logicamente, se nossas telas estão ocupadas pelos filmes americanos, não há espaço para nossos filmes,
conseqüentemente emprego para nossos cineastas. Mas o problema é mais profundo. Cinema deveria fazer parte de uma estratégia cultural. Defender nossos costumes, nossa cultura, mostrar o Brasil aos brasileiros é essencial para nosso desenvolvimento como nação. Ações nesse sentido desaguariam em mais oportunidades para os cineastas. |
| Farias 16:46:50 | | fanti. Ainda não. Mas pretendo fazer essa experiência. Acho que isso vai acabar acontecendo. Fica tudo muito mais fácil. |
| Moderador 16:47:32 fala com Farias | | Ricardo pergunta: Farias.O
que você indica para um jovem que pretende ser um cineasta e crie
muitos filmes na sua vida como você |
| Moderador 16:48:09 fala com Farias | | Roberto pergunta: Roberto o que que você acha da mínima atenção que o cinema brasileiro recebe da população??? Você acha que o cinema brasileiro já foi melhor ?? |
| Moderador 16:49:15 fala com Farias | | lulu pergunta: O que você achou do filme O Dia da Caça (se assistiu)? Eu achei uma tentativa frustrada de fazer cinema parecido com o americano... |
| Farias 16:51:06 | | Desenhar. Fotografar, foi como comecei. Hoje você pode fazer experiências em
vídeo, com conseguir comprar uma câmera, ou arranjar emprestada. Muitos exercícios de narrativa podem ser experimentados hoje com enorme facilidade,
que antigamente a gente não tinha. Outra coisa que você pode fazer é ver filmes, no cinema, na televisão, no vídeo, onde for. Depois procurar colegas que tenham o mesmo interesse pelo cinema e seguir em frente. |
| Moderador 16:54:56 fala com Farias | | lulu pergunta: Eu já participai da produção de um filme em Super 8, uma vez... achei tão
DIFÍCIL fazer um filme... tu não acha que as vezes toda a produção e as maquinas envolvidas numa filmagem são um empecilho pros cineastas? |
| Farias 16:54:59 | | Roberto. Não. O cinema brasileiro sempre foi bom. A população, a grande massa não tem dinheiro para ir ao cinema. Vê as novelas de televisão, que são uma forma de cinema também. E de
graça. Mas, observe: a televisão vive da dramaturgia brasileira. E o produto nacional que sustenta a televisão. Isso significa que quando o público tiver
dinheiro para ir ao cinema e nós conseguirmos espaço nas salas exibidora pra mostra nossos filmes, a impressão de que o público não preza o cinema brasileiro vai acabar. |
| Farias 16:56:12 | | lulu. Essa é boa. Não há cineasta sem equipamento de filmagem. Filmar não é tão fácil, mas não é bicho de sete
cabeças. Comece com uma câmera de vídeo e treine bastante. |
| Farias 16:57:17 | | Amigos, estou me despedindo. Foi um prazer conversar com vocês. Gosto de cinema e de quem gosta dessa profissão. Abraços a todos. |
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