"Sou colunista, meu negócio é contar histórias. E eu uso o cinema para fazer isso". Hugo Carvana recebeu a imprensa em frente à lareira do hotel Casa da Montanha na tarde desta terça-feira em Gramado. Premiado com o troféu Oscarito Telefonica, Hugo vai recebr a honra durante solenidade esta noite no Palácio dos Festivais.Assumido contador de histórias, lembrou de Jorge Amado, "que tudo que fez foi contar histórias, com uma maestria genial". Depois de 78 filmes, Hugo entende que o segredo em fazer cinema é não tentar explicar demais as coisas. "Se eu tento explicar, perco a magia. Eu sou meio místico, até, com essas coisas".
Com mais de 40 anos de histórias de cinema para contar, o velho malandro relembrou algumas de suas peripércias durante este longo tempo da carreira. Bem-humorado, contou como, quando jovem aspirante a "ator de Hollywood", ficava batendo palmas para as estrelas do espetáculo da época: as grandes vozes do rádio, como Emilinha Borba.
Melhor ainda foi quando lembrou da história de uma quase viagem para os Estados Unidos, ainda nos tempos de ator aspirante. Hugo e alguns amigos, decididos a ser estrela em Hollywood, quase embarcaram - "de favor, com uma forcinha do amigo do amigo do amigo de um de nós" - em um navio. Hugo desistiu em cima da hora, e resolveu que teria de aperfeiçoar mais seu fazer artístico até que conseguisse tal proeza.
"Eu ainda não sei como o cinema foi entrar na minha vida com tanta intensidade. Mas são meus sonhos de garoto, eu me orgulho muito de tudo que aconteceu", completou Hugo.
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