O cineasta gaúcho Carlos Reichenbach resumiu em uma frase de forma magnífica o sentimento das pessoas que superlotaram o Palácio dos Festivias para vê-lo receber o Troféu Eduardo Abelim: "Porra, eu mereço este prêmio". Merece mesmo.O reconhecimento do trabalho deste porto-alegrense - iniciado em 1967 e que se desenvolveu em mais de 20 filmes - veio com o prêmio que leva o nome de Eduardo Abelim, um dos pioneiros na indústria cinematográfica gaúcha. O Troféu (que este ano teve sua primeira edição), foi criado para premiar o trabalho de diretores, produtores e técnicos que desenvolveram a produção de cinema no Brasil.
Nada mais justo, então, do que premiar Carlão (como é conhecido no meio artístico), um "visionário, entusiasta e grande realizador do cinema brasileiro", de acordo com as palavras do apresentador José de Abreu. E palmas e mais palmas.
Reichenbach durante o discurso de agradecimento - além da pérola acima - disse que sempre foi um amante do cinema. "Mas cinema nacional, nada disso de filme que concorre a Oscar e tal. O negócio é produção nacional". Emocionado, chamou ao palco a atriz Betty Faria - "Minha sócia, agora" -, sua mulher e sua produtora, Sara Silveira.
Para encerrar, o gaúcho Carlão aproveitou para dar mais sabor à noite mais gaúcha do Festival (afinal, em seguida seria feita a exibição do longa gaúcho na competição oficial, Netto perde sua alma): "Eu me orgulho de ser porto-alegrense. Ainda mais depois que um jornal da Espanha, o El País, disse que Porto Alegre é a capital mundial da utopia."
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