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"Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme" resgata magia da infância
Depois de vários capítulos transmitidos pela TV Cultura, a ótima série infantil Castelo Rá-Tim-Bum chega aos cinemas com mais uma aventura do garoto de 300 anos e de seus tios Dr. Victor (Sérgio Mamberti) e Morgana (Rosi Campos).
Desta vez, Nino Stradivarius (Diegho Kozievitch), deve começar escrever em seu livro de magia e dar início à sua aprendizagem como feiticeiro. Por ser um garoto diferente dos outros, ele sai em busca de amigos comuns, mas descobre que sua vida, e a de todos do castelo, está ameaçada.
Tudo começa com a chegada de Tia Losângela (Marieta Severo), a ovelha negra da família que rouba o livro de Morgana, tirando-lhe os poderes. O castelo perde a vida e os tios de Nino transformam-se em fantoches da megera. Muitas coisas acontecem e Nino se vê como o único que pode salvar seus tios do encanto da malvada Losângela.
De forma dinâmica, a nova trama cria um universo mágico e envolvente. Em meio a grandiosos e belos cenários, Cao Hamburguer deu vida à história de uma peculiar família feiticeira que, com o passar dos anos, tem de enfrentar pessoas más e interesseiras como Losângela, além dos especuladores imobiliários Abobrinha (Pascoal da Conceição) e Rato (Matheus Nachtergale).
Rato e Abobrinha tramam mais um golpe |
A luta entre o bem e o mal ainda é o principal ingrediente desta história infantil, mas a mágica e bruxaria retornam de maneira inovadora e bem dosada, sem exageros. Além do capricho na caracterização do elenco, que aparece impecável, os efeitos especiais também receberam cuidado especial.
Realizados na França, ele são bem feitos, e aparecem de maneira sóbria e exata(3 minutos de efeito para 90 totais), indo contra a maioria das produções brasileiras que tentam utilizar essa tecnologia.
Com um orçamento ambicioso para uma produção nacional (R$ 7,5 milhões), o filme recebeu apoio pelas Leis do Audiovisual, Rouanet, Marcos Mendonça, além da parceria com a Columbia Pictures e Sesc, que ajudou na manufatura dos cenários.
A "bruxa boa" Morgana (Rosi Campos) |
A cenografia e a arte são os grandes trunfos do Castelo. Com mescla de processos artesanais e tecnológicos, aliados à computação gráfica, a direção de arte de Clóvis Bueno e Vera Hamburguer criou um universo lúdico e ilusório, dando mais espaço à imaginação e fantasia de criançcas e adultos.
Assim como o castelo assemelha-se a uma fortaleza, uma espécie de oásis no meio da grande metrópole, Castelo Rá-Tim-Bum aparece como um sobrevivente da magia e poesia infantil, tão destruída pelos grandes sucessos de bilheteria e pelos "suspeitos" programas infantis exibidos atualmente na TV.
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