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Disney
aposta no humor inteligente
em "A Nova Onda do Imperador"
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com trailer, entrevista e bastidores da trilha sonora com Sting e Ed motta
O diretor Mark Dindal e o seu grupo de animação fazem quase uma pequena
revolução silenciosa em A Nova Onda do Imperador (The Emperor's
New Groove) ao apostar, de uma forma despretensiosa, em um humor irreverente
e no desenvolvimento da arte de contar uma história.
Em meio à tradicional chuva de filmes com a meta de divertir a garotada
durante as férias, o novo desenho animado da Walt Disney, que estréia
no país no dia 29, com pré-estréias a partir desta sexta, promete não
só bater de frente com pesos-pesados como 102 Dálmatas e O Grinch
como tornar-se um clássico, graças ao brilho dado à comédia inteligente
e à exploração dos personagens em detrimento de agitadas cenas de animação.
A
Nova Onda do Imperador consegue se diferenciar com sucesso de outros
desenhos da Disney, como Tarzan, de 1999, ao fugir da mera animação
de fácil apelo ao público. No entanto, a velha moral da história está
lá, mas ela não é nem reacionária nem fora de moda. O valor da amizade
e da solidariedade sem pieguismo é o que filme tenta passar para o seu
público infantil e, dentro do atual contexto social mundial, é até um
recado bem-vindo.
A história disseca as peripécias de um imperador inca mimado, Kuzco (voz
de David Spade no original e de Selton Mello na versão dublada), que se
desenvolve como ser humano ao se ver transformado em lhama pela sua invejosa
conselheira real Yzma (Eartha Kitt em inglês e Marieta Severo em português).
Abusando de uma suave tonalidade de cor e da ênfase na caricatura dos
personagens, o desenho convida o espectador a andar em uma espécie de
montanha-russa.
Kuzco,
dependente da ajuda do camponês de bom coração Pacha (John Goodman na
versão em inglês e Humberto Martins na dublada) para voltar ao reino e
transformar-se de novo em imperador, vive mil aventuras na floresta com
o seu futuro amigo, num desenrolar de acontecimentos que mostram a imaginação
fértil dos seus criadores. Mas os animadores inovaram principalmente na
forma de contar a história, que enfoca o desenvolvimentos dos personagens
principais e é marcada por originais vaivéns no roteiro.
Momentos de uma boa criatividade simples e pouco comum na história dos
desenhos da Disney - que geralmente apostam no formato linear - são quando
Kuzco aparece na tela como lhama e, com todo o seu egoísmo, lembra o público
de que a história é dele e não do camponês. Kuzco depois aponta com uma
caneta onde ele está escondido no desenho e risca a figura de Pacha. Algo
que prometia ser mais que um atrativo é a trilha sonora do filme, composta
por Sting e David Hartley.
O
cantor Ed Motta fez a versão em português para a música de Sting My
Funny Friend and Me (Mundo Perfeito), mas, no entanto, o filme
em si parece cantar mais alto que os dois. Já a versão dublada nacional
não deixou a desejar. Marieta Severo, Selton Mello, Humberto Martins e
Guilherme Briggs não deixaram a peteca cair. O grupo conseguiu adicionar
improvisos e qualidade ao material ao acrescentar elementos da linguagem
coloquial, criando uma maior proximidade com o público nacional.
Ao contrário da maioria dos desenhos da Disney, A Nova Onda do Imperador
é certamente um humor muito mais dirigido aos adultos que à criançada,
embora ambos tenham tudo para se divertir no cinema durante as férias.
Reuters
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