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Professores que buscam desesperadamente alunos nas montanhas do Curdistão bombardeado, o filme Takhté siah (O quadro-negro) da iraniana Samira Makhmalbaf, apresentado em competição esta sexta-feira em Cannes, contém tanta poesia e beleza como dramática é a história que conta. Aos 20 anos, Samira Makhmalbaf é a mais jovem aspirante à Palma de Ouro. Este é seu segundo filme, depois de A maçã, que realizou quando tinha apenas 18 anos e que também foi apresentado no Festival de Cannes. Filha do cineasta Mohsen Makhmalbaf, trabalhou antes com ele como assistente de direção e fez dois curtas. O Curdistão foi bombardeado. Um grupo de professores, carregando seus quadros-negros às costas, percorre a região à procura de alunos. As primeiras imagens do filme têm algo de surrealista, mas a repentina ameaça dos disparos dos helicópteros remete rapidamente à crua realidade. Esses professores, que devem camuflar seus quadros-negros para evitar serem alvos dos tiros, são sobreviventes de um país em guerra. O filme foi realizado no Curdistão e em curdo e os personagens são interpretados por moradores do local, excetuando o da mulher, encarnada pela atriz Behnaz Jafari. Além de ser a caçula de Cannes, a diretora iraniana é também uma das únicas mulheres presentes na seleção em competição.
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