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Cités dans la plaine, o filme póstumo do americano Robert Kramer, rodado no norte da França, abriu a Semana da Crítica, a mais antiga seção paralela do festival de Cannes, patrocinada este ano pelo cineasta italiano Bernardo Bertolucci que nela deu seus primeiros passos com Prima della rivoluzione. O filme inacabado quando da morte de Robert Kramer dezembro passado, aos 59 anos, foi terminado pelo produtor Richard Copans (Les Films d'ici), com a ajuda de Keja Ho, a filha do cineasta que veio com sua mãe se associar à homenagem prestada no Miramar, a dois passos da Croisette. Cités dans la plaine, um roteiro escrito em Roubaix, norte da França, onde Robert Kramer lecionava na escola de Fresnoy, segue o percurso hesitante e doloroso de um emigrado cego numa cidade industrial sem encanto. Filmado em câmara digital, Cités dans la plaine é um longo flash-back onde os três períodos da vida de Ben se mesclam, num filme que cita a Odisséia de Homero.O cineasta morreu na última semana da montagem de imagens. A fita foi feita com as pessoas de Nord Pas-de-Calais não-profissionais, em particular membros da comunidade. Como estes emigrados, Robert Kramer, o cineasta engajado e cosmopolita de Milestone, Guns, Diesel, Route One USA, hesitou muito. Veio pela primeira vez a Cannes, na Semana da Crítica, em 1968, com The Edge, depois com Ice e enfim numa competição oficial. O cineasta ficou conhecido como um dos representantes do cinema de contra-cultura nos anos 1960, no momento da guerra do Vietnã. Suas preocupações políticas e sociais jamais o deixariam.
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