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O cineasta paraibano Paulo Caldas, 36 anos, o único diretor brasileiro na 57ª Mostra de Cinema de Veneza, teve seu dia de estrela na noite de abertura do festival. Seu documentário, O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas, foi o centro das atenções na imprensa italiana. O filme foi exibido fora de competição em duas sessões na mostra Novos Territórios. Caldas explicou que seu filme é um retrato da realidade atual brasileira. "No Brasil, hoje, se vive uma guerra civil movida pelo tráfico de drogas. E o pior é que a impressão que se tem é de que o governo não reage a isso no campo social, na educação e na prevenção dessa mesma violência que a gente retrata no filme", acredita o diretor. O filme mostra a vida de dois jovens na periferia do Recife. Um toca num grupo de rap e outro é um justiceiro condenado a 99 anos de prisão. Sem saberem, a vida dos dois acaba se cruzando. Caldas diz que estruturou o documentário na figura dos dois personagens para não correr o risco de transformar o matador num herói, como acontece em filmes americanos. "Mas não quis com isso opor bem e mal. Os dois são apenas partes de uma mesma situação, que agem de modo diferente", afirma. O diretor disse que a música é um elemento fundamental no filme. E sendo um rap, tem um apelo dramático ainda maior. "O rap é mundial, mas eu acho que, no futuro, daqui a cem anos, será ele que dará o retrato mais fiel do que era a periferia brasileira na nossa época". Veja também:
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