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Leia entrevista com o ator Matthew McConaughey, ator de "U-571"


Cena de Matthew
McConaughey
em "U-571"

Matthew McConaughey atraiu a atenção da mídia ao contracenar com Sandra Bullock em Tempo de Matar. Na época, em 1996, esse ator texano com pinta de galã prometia cair imediatamente nas graças de Hollywood. O que não aconteceu. Após pequenas participações em Contato e Amistad e no fiasco de Edtv, filme de baixo orçamento que ele protagonizou, só agora McConaughey ganha papel principal em uma superprodução.

"Um ator leva tempo para aprender a expressar, além do que está no texto, as entrelinhas dos personagens", disse McConaughey, o protagonista de U-571, drama ambientado na Segunda Guerra Mundial que retrata uma missão secreta verídica da Marinha inglesa. O filme, porém, dá crédito da missão aos americanos. Dirigido por Jonathan Mostow, com estréia no Brasil em 12 de outubro, o filme foi exibido recentemente no 57º Festival de Cinema de Veneza fora de competição.

Vestindo alinhado terno bege, com óculos de lentes vermelhas, o ator, que está com 30 anos, deu entrevista à Agência Estado no salão do hotel Excelsior. Ele falou principalmente do novo personagem, o comandante Andrew Tyler, que lidera seus homens na missão de capturar uma máquina de um submarino alemão capaz de decifrar os movimentos dos nazistas na guerra. "Adorei a responsabilidade de dar vida a um herói legítimo. Principalmente em um filme de ação, gênero em que os personagens são fictícios."

AE - Como foi fazer um protagonista em uma superprodução?

Matthew McConaughey: Sempre quis interpretar um protagonista. E, para melhorar, o meu personagem é líder de um grupo. Eu adoro trabalhar em equipe. Talvez isso tenha alguma coisa a ver com o fato de eu adorar esportes coletivos. O meu papel ainda é muito físico, já que o meu personagem tem que se ocupar de muitas coisas. O seu ponto fraco é ser otimista e gostar demais da equipe. A pior parte é quando ele tem de decidir entre perder alguns membros do time para poder salvar muitos.

Como se sentiu interpretando o herói?
Foi fantástico. Ao assistir ao filme acredito que o espectador também vai experimentar esse sentimento de vitória. Não é incrível o que o homem é capaz de fazer quando tem de lutar para continuar vivo? O mais estranho é que, ao contrário do que se espera, em situações-limite, entre a vida e a morte, o ser humano geralmente não entra em pânico. É nesse momento que ele costuma ver tudo com clareza.

Você viveu algo parecido?
Não. Infelizmente só posso imaginar. Sempre tive uma vida privilegiada. Nunca precisei me preocupar com um teto sobre minha cabeça ou com comida na mesa. Tenho tudo o que preciso. Além das coisas materiais, tenho amigos e sou muito ligado à família. Comparando a minha vida com a do personagem, sinto falta dessa sensação que faz com que você esteja consciente de cada célula do corpo. O conflito central do filme não é se o mocinho vai ou não ficar com a garota. É uma questão de vida ou de morte. E eu acho que o ser humano precisa se lembrar disso, já que hoje vivemos em um mundo onde somos atraídos por coisas superficiais e desimportantes.

Você se encaixa no perfil do galã. Mas não parece atraído por esse tipo de personagem.
Eu acabei de rodar com Jennifer Lopez The Wedding Planner, uma comédia romântica de baixo orçamento. Até a minha mãe andava pegando no meu pé pedindo que eu fizesse um filme do gênero. Eu nunca quis, mas acabei gostando. Descobri que o romance na tela abre muito mais espaço para a improvisação. Essa comédia exigiu o oposto de U-571, em que havia uma linguagem específica a ser seguida, a do universo militar, e o meu personagem era todo responsabilidade e cérebro. Em The Wedding Planner, já que ninguém precisa lutar pela sobrevivência, o roteiro se volta para as coisas do coração. Se o filme Edtv tivesse sido mais bem-sucedido comercialmente, o público poderia ter me visto penetrando ligeiramente nesse território. Há um pouco de romance. Mas como ninguém viu... Aliás, até hoje não entendo por que Edtv foi tão mal recebido. Tenho orgulho do filme.

Depois de seu primeiro personagem de peso, em "Tempo de Matar" você voltou a fazer papéis menores.
Meu trabalho está melhorando. Eu estou começando a me sentir mais à vontade nessa profissão. Reconheço que precisei de um tempo para trabalhar minhas qualidades e defeitos. Acredito que é preciso trabalhar os defeitos, mas, ao mesmo tempo, descobri que não se pode ter medo de usar as qualidades. E agora eu me sinto mais forte para usar as minhas. O que não fiz no passado. Por isso cometi alguns enganos na carreira. Acho que não fui orgânico o suficiente.

Quando exatamente?
É melhor não revelar certas coisas. Prefiro passar por bobo, não dizendo nada, do que responder e confirmar as suspeitas.


(Agência Estado)

 

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