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Stephen Frears volta às telas com "Alta Fidelidade"


Fears: "Minha conta
bancária fica maior
quando filmo nos Estados
Unidos"

A filmografia de Stephen Frears alterna títulos ingleses de baixo orçamento e produções hollywoodianas. Na primeira categoria se encontram, entre outros, Minha Adorável Lavanderia, A Grande Família e o inédito Liam, exibido recentemente no Festival de Veneza. No segundo filão figuram Ligações Perigosas, O Segredo de Mary Reilly e, mais recentemente, Alta Fidelidade - selecionado para o Festival do Rio BR 2000, que será inaugurado amanhã.

"Meu coração bate por todos eles", disse o cineasta britânico, em entrevista concedida em Veneza, onde ele concorreu ao Leão de Ouro com Liam - um drama sobre garoto pobre de Liverpool nos anos 30. Já Alta Fidelidade, que estréia no dia 27 em São Paulo, é uma comédia romântica em que John Cusack interpreta proprietário de loja de discos que relembra os cinco melhores namoros de sua vida.

"Vez ou outra eu também posso fazer um filme inconseqüente. Por que não? Mas não esperem grandes surpresas. Afinal, sou um inglês extremamente previsível. Tomo o chá das cinco, jogo críquete e sou um perfeito gentleman."

Em sua carreira você mescla filmes pequenos, com atores desconhecidos, com produções hollywoodianas, algumas delas estreladas por atrizes como Michelle Pfeiffer e Julia Roberts. Isso é intencional?
Sou um cara passivo demais para me gabar de ter planejado a minha carreira. Simplesmente vou aonde existe trabalho. Alguns filmes rodo na Inglaterra e outros nos EUA. Mas, exceto pela posição geográfica, não vejo distinção. Só admito que minha conta bancária fica muito mais abastecida quando trabalho nos EUA. Mesmo assim, não corro atrás. Eu espero os roteiristas e produtores baterem à porta.

Foi o que aconteceu com Fail Safe (filme para TV americana que ele rodou este ano com George Clooney)?
Clooney, que também produziu o filme, me ligou e fez o convite.
Aceitei na hora em função do caráter audacioso do projeto. Fizemos tudo ao vivo em rede nacional. Fazer um filme assim foi um grande desafio, uma grande aventura. Até porque tínhamos de capturar a atmosfera dramática da Guerra Fria, já que o roteiro gira em torno de militar americano que acidentalmente autoriza o bombardeio de Moscou. Como tenho uma queda por dramas, principalmente de fundo psicológico, não pude recusar.

E o que o atraiu em Alta Fidelidade, uma comédia romântica?
Achei o roteiro, baseado no livro homônimo de Nick Hornby, muito engraçado e irônico. Mas esse não é o primeiro filme leve de minha carreira.
A Grande Família, por exemplo, girava em torno de jovem grávida. A única frivolidade que eu nunca me permitiria seria filmar um James Bond. Odeio os filmes comerciais rodados na Inglaterra.

Como vê a nova geração do cinema inglês?
Infelizmente os cineastas mais jovens não perceberam que a TV é a escola de cinema na Inglaterra. Foi lá que eu, Mike Leigh e Ken Loach aprendemos a dirigir. Hoje, os novos cineastas fazem um filme e somem. Para dar continuidade ao trabalho, eles precisariam ser absorvidos pela BBC. No início da carreira, eu fazia três filmes por ano para a emissora. E o melhor de tudo é que nunca tive de me preocupar se os filmes dariam lucro para garantir a realização do próximo projeto. No cinema, os produtores têm o péssimo hábito de querer sempre o dinheiro de volta.
(Jornal da Tarde)

 

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