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O filme Deus Jr., do diretor Mauro Lima, dividiu as opiniões na sessão de segunda-feira à noite do Festival do Rio BR 2000. Algumas pessoas da platéia saíram do cinema antes do final da projeção. Recheado de palavrões, Lima fez uma paródia às seitas religiosas, ridicularizando principalmente pastores evangélicos, mostrados no filme como devassos e viciados em drogas. Deus Jr. é um filme muito particular, mais próximo do gênero trash celebrizado pelo diretor norte-americano John Waters, que esteve no Rio nos primeiros dias do festival. O filme, rodado em São Paulo, conta a história de um jornalista decadente em busca de pistas de um empresário lituano desaparecido. O jornalista acredita que conseguirá reabilitar-se na profissão obtendo um grande furo de reportagem. Mas ele acaba envolvendo-se com uma estranha seita, chamada "A Família", cujo líder faz uma leitura, no mínimo, estapafúrdia de passagens bíblicas, misturadas com álcool, drogas e muito sexo. Ele prega uma grande revolução espiritual, envolvendo religião e tráfico de armas. A fala inicial do personagem Jairo Matos dá o tom da história: "Por toda a minha vida, parecia que eu estava num filme baseado em um romance de terceira categoria." Mauro Lima que, inicialmente, pensou em chamar este filme de Meninos de Deus -- a mudança de nome foi motivada por ameaças que o cineasta recebeu de uma seita homônima -- não deixa pedra sobre pedra, demolindo valores num mergulho no submundo. A trilha sonora é assinada por Branco Mello, dos Titãs.
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