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24ª Mostra: Musa de Manoel de Oliveira estará no júri
Leonor Silveira integra o elenco de "Palavra e Utopia", do mestre português

Leonor Silveira, que alia
talento à beleza venera
o diretor

Quem a viu como a Bovarinha de Vale Abraão não a esquece, jamais. Leonor Silveira alia talento à beleza. É uma das atrizes preferidas do mestre Manoel de Oliveira, que esta noite estará na cidade para prestigiar a exibição de Palavra e Utopia. É o filme que abre oficialmente a 24.ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Lima Duarte e Luiz Miguel Cintra são dois dos atores que se revezam no papel do padre Antônio Vieira. A bela Leonor também está no elenco. Faz a rainha Cristina, da Suécia.

Leonor desembarca na semana que vem em São Paulo. Também vem para a mostra, mas como jurada. Não é sua primeira viagem ao Brasil, já esteve no Nordeste. Foi jurada no Festival de Curtas de Vila do Conde, em Portugal. É sua estréia num júri de longas. Em princípio, a idéia não a atrai muito. Acha que premiações em festivais são sempre injustas. Só fica satisfeita mesmo quem ganha. Mas não podia dizer não a Leon Cakoff e Renata de Almeida, que organizam o evento. “Encheram-me de carinho e, por isso, apetece-me ir à sua terra”, diz na entrevista por telefone.

Ela venera Oliveira, a quem chama de “mestre”. Diz que ninguém deve se iludir com a idade – aos 91 anos, quase 92, é o mais velho diretor do mundo em atividade. “De cabeça é um jovem”, define Leonor. Todos os atores que trabalham com ele o adoram e estão dispostos a fazer não importa que papel, só para prestigiá-lo. “Tanto faz que o papel seja pequeno ou grande, o importante é estar num filme de Oliveira”, diz Leonor.

Reconhece que um papel como a Bovarinha é um presente para qualquer atriz, mas já faz tanto tempo que rodou o filme que nem se lembra mais. Prefere destacar a participação em outro filme do mestre – Party. Esse teve menos repercussão que Vale Abraão, as pessoas em geral não gostam tanto (e talvez nem gostem), mas rodar o filme numa ilha foi, para ela, uma experiência decisiva. O papel como Cristina é pequeno em Palavra e Utopia. Não exigiu preparação alguma. Oliveira não se preocupa em preparar os atores. Dá-lhes o roteiro e espera que eles construam o personagem, “senão não seríamos atores”, diz Leonor. Desde “miúda” curte o cinema, mas começou nele meio por acaso. Formou-se em política e atualidade, defende o cinema exigente, de autor. É o que espera ver triunfar na mostra. (Luiz Carlos Merten/ Agência Estado)

 

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