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24ª Mostra: Seleção Asiática é um dos destaques
A Coréia será, com certeza, uma das grandes descobertas da 24.ª Mostra

Maggie Cheung e Tony Leung
interpretam "Amor à Flor
da Pele"

China, Coréia, Hong Kong, Japão, Taiwan – alguns dos melhores filmes a serem exibidos na 24.ª Mostra vêm da Ásia. Já havia sido assim em Cannes, embora a Europa, com Dançando no Escuro, de Lars Von Trier, tenha sido a grande vencedora da Palma de Ouro. Não faltaram prêmios importantes para os asiáticos. O da crítica internacional, que fez uma aposta mais radical do que o júri presidido por Luc Besson, ficou com o japonês Aoyama Shinji. Prepare-se para um impacto com Eureka.

Do Japão também vem Tabu, de Nagisa Oshima, que fala sobre a morte da beleza numa história que trata de homossexualismo entre samurais. Tabu cria um mundo fechado em suas regras e cuja lógica é infernal. Impressiona, mas sua gélida beleza não o destina ao consumo das massas. De Taiwan, vem As Coisas Simples da Vida, mas a simplicidade do diretor Edward Yang é enganosa. Seu filme, basicamente uma história familiar, é um dos mais ricos e complexos da Mostra. Mas é preciso ver com olhos e mentes bem abertos para chegar à belíssima fala do garoto, no final, um daqueles momentos que justificam a existência do cinema como arte.

Raridade – Pode ser que, às vezes, o diretor Won Kar-wai, de Hong Kong, seja mesmo o maneirista que tanto desconcerta os críticos. Às vezes, mas cada vez menos. Felizes Juntos já era um filme de rara intensidade. Só a cena do matadouro valeria para atestar o gênio de Kar-wai. Pois ele é ainda melhor em Amor à Flor da Pele, título brasileiro do esplendoroso In the Mood for Love. Não ligue a mínima para o besteirol que, eventualmente, venha a ser escrito sobre esse raro (e grande) filme. A história de amor dos personagens de Tony Leung (melhor ator em Cannes) e Maggie Cheung é uma das mais lindas dos últimos tempos. Um homem cuja mulher não aparece, uma mulher cujo marido está sempre viajando. Conhecem-se e vivem uma história de amor absolutamente pudica, sem sexo. O desfecho, no templo em ruínas, é de cortar a respiração de tão emocionante.

Depois de Um a Menos, no ano passado, Zhang Yimou está de volta com O Caminho para Casa. É um autor que sempre merece atenção, mas atenção mesmo deve ser reservada para a Coréia. De lá vem Amor Proibido (Chunhyang), o filme de Im Kwok-taek que pulverizou a bilheteria de Titanic no país e revela grande criatividade ao contar uma história de amor que faz parte das tradições coreanas por meio do pansori, um tipo de representação musical que o diretor usa como elemento estrutural. O que Amor Proibido tem de sopro lírico, A Ilha, de Kim Ki-duk, tem de barra-pesada. Houve gente desmaiando nas sessões do filme no Festival de Veneza. A história passa-se numa comunidade de pescadores. Eles possuem à disposição prostitutas para satisfazê-los, sexualmente. Um dos homens tenta matar-se ingerindo anzóis de pesca e depois os puxando com violência, para arrebentar-se por dentro. A contrapartida é outra cena em que a mulher despedaça a própria genitália, também com anzóis. Hard, mas o diretor vai além das imagens chocantes na reflexão sobre homens, mulheres e o mundo.

De volta ao Japão, Eureka é uma aposta antecipada para o prêmio da crítica. Um filme de quatro horas, em preto-e-branco, sobre os sobreviventes de um seqüestro de ônibus que formam uma espécie de família. Shinji Aoyama quer discutir família e violência, mas o faz de um jeito que não tem muito a ver com o cinema japonês tradicional. Ele diz que John Ford foi mais importante para sua formação do que Akira Kurosawa e admira Clint Eastwood. E que a origem de Eureka está no crepúsculo do western.

Filmes Asiáticos.

"Eureka", dia 31, às 16h10, no Cinearte, dia 1, às 19h, Cinemark Market Place 5, dia 2, às 20h10, no Vitrine;

"Tabu", dia 29, às 14h, no Cinearte, dia 31, às 21h10, no Cinemark Market Place 5, dia 2, às 14h, no Espaço Unibanco 1;

"As Coisas Simples da Vida", dia 30, às 19h, no Cinearte, dia 31, às 14 horas, no Espaço Unibanco 1, dia 1, às 18h15, no Vitrine;

"Amor à Flor da Pele", dia 27 às 15h45, no Vitrine, dia 29, às 20h15, no Cinearte, dia 31, às 17h10, no Espaço Unibanco 1, dia 2, às 21h20, no Cinesesc;

"O Caminho para Casa", dia 23, às 19h, no Cinemark Market Place 5, dia 24, às 15h50, no Vitrine, dia 26, às 16h50, no Masp – Grande Auditório;

"Amor Proibido", dia 27, às 17h55, na Sala Cinemateca, dia 29, às 18h35, no Espaço Unibanco 1;

"A Ilha", dia 25, às 18h, no Espaço Unibanco 1, dia 28, às 17h05, no Masp – Grande Auditório, dia 1, às 21h55, no Cinearte

(Agência Estado)

 

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