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São 13 filmes brasileiros de longa-metragem na 24.ª Mostra. Apenas dois deles participam da competição – Bicho de Sete Cabeças e Tolerância – mas o Brasil leva jeito de credenciar-se ao Troféu Bandeira Paulista deste ano. Os dois filmes possuem qualidades. Outros brasileiros também poderiam concorrer, mas os diretores preferiram poupar-se. Só Gerbase e Laís botaram a cara para bater. Talvez saiam aureolados. Bicho de Sete Cabeças baseia-se na história real de Austregésilo Carrano, narrada no livro O Canto dos Malditos. O próprio pai colocou-o num instituto psiquiátrico, porque achava que o filho era viciado em drogas. O filme é barra-pesadíssima, mas muito bem feito. Ataca a família e mostra o manicômio de dentro, como um inferno. Oferece ao espectador a chance de uma rara e forte experiência. A diretora Laís Bodanzky havia feito antes Cinema Mambembe, com o marido, Luiz Bolognesi. Mostra, em definitivo, que é do ramo, uma verdadeira cineasta. O diretor gaúcho Carlos Gerbase, que assina Tolerância, está longe de ser um estreante. Fez vários curtas e dois longas – Inverno, em super 8, e Verdes Anos, co-dirigido por Giba Assis Brasil. Gerbase quer mostrar agora o que ocorreu com a geração que queria mudar o mundo nos anos 60. Seu filme vira policial lá pelas tantas sem perder o rumo, nem o vigor crítico. É bom. Os demais são De Cara Limpa, de Sérgio Lerrer, que procura retratar o universo confuso da passagem da adolescência para a vida adulta – o filme foi captado em vídeo e depois kinescopado; Senta a Pua!, documentário de Erik de Castro que reconstitui, como epopéia heróica, a participação da Força Aérea Brasileira na 2.ª Guerra; Soluços e Soluções, de Edu Felistoque e Nereu Cerdeira, uma tragédia sobre um empresário que bola plano maluco para acabar com a seca no Nordeste; 2000 Nordestes, de David França Mendes e Vicente Amorim, documentário que mostra justamente o que é ser nordestino na virada do milênio; Deus Jr., de Mauro Lima, sobre jornalista em crise que procura empresário desaparecido e topa com um mundo de traficantes, prostituição, filmes hardcore e todo tipo de violência; Brava Gente Brasileira, de Lúcia Murat, que discute, em chave de ficção, o tema amplo da brasilidade; Minha Vida em Suas Mãos, de José Antônio Garcia, co-diretor de O Olho Mágico do Amor, sobre fugitivo da polícia que se envolve com a mulher que fez de refém. A curiosidade desse último é que tem duplo crédito – Garcia assina a direção, mas o letreiro diz que é um filme de Maria Zilda Bethlem, que também faz o papel principal. Filmes Brasileiros. "De Cara Limpa", de Sergio Daniel Lerrer, dia 20, às 19h10, no Masp. Dia 23, às 15h40, no Cinearte 1. Dia 24, 12h, no Cinearte 2. "Soluços e Soluções", de Edu Felistoque e Nereu Cerdeira, dia 24, às 14h50, no Masp. Dia 29, às 12h, no Cinesesc. "Senta A Pua!", de Erik de Castro, dia 25, às 16h10, no Cinesesc. Dia 27, às 20h05, na Cinemateca. "Deus Jr", de Mauro Lima, dia 26, às 17h10, na Sala Cinemateca. Dia 29, às 14h10, no Cinesesc. "O Sonho de Rose", de Tetê Moraes, dia 21, às 15h50, na Sala UOL. Dia 22, às 19h30, na Sala Cinemateca. Dia 23, às 20h, na Sala UOL. "Brava Gente Brasileira", de Lucia Murat, dia 20, às 19h, no Cinemark – Market Place Sala 5. Dia 21, às 19h40, na Sala UOL. Dia 22, às 20h05, no Cineclube Vitrine. "Tolerância", de Carlos Gerbase, dia 23, às 22h05, no Espaço Unibanco 1. Dia 28, às 21h20 e 23h40, no Cinemark – Market Place Sala 5. Dia 30, às 14h, no Cinearte. "Minha Vida em Suas Mãos", de José Antonio Garcia, dia 20, às 22h15, no Espaço Unibanco 1. Dia 23, às 22h15, no Cinesesc. "2000 Nordestes", de David França Mendes e Vicente Amorim, dia 21, às 15h00, no Masp. Dia 22, às 17h40, na Sala UOL. Dia 31, às 18h25, na Cinemateca. "Tainá", de Tania Lamarca dia 22, às 17h40, no Cinearte. "Bicho de Sete Cabeças", de Laís Bodansky, dia 26, às 22h25, no Espaço Unibanco 1. Dia 27, às 12h, no Cinearte 2. Dia 2, às 14h50, no Masp – Grande Auditório
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