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24ª Mostra: Imaginário infantil conduz "Paul Está Morto"



Com Paul Está Morto, o diretor Hendrik Handloegten se alia a Tom Tykwer (de Corra Lola, Corra) para quebrar a imagem de que o cinema alemão só produz títulos cerebrais. A história do garoto obcecado pela suposta morte de Paul McCartney resulta em filme divertido, leve e despretensioso.

Além de apresentar um roteiro inventivo, escrito por Handloegten, Paul Está Morto funciona graças ao garoto Sebastian Schmidtke, que confere ao protagonista Tobias uma combinação irresistível de desassossego e inocência.

O espectador é absorvido pela história do menino que passa as férias tentando juntar as peças de um misterioso quebra-cabeça. Ao ouvir o boato sobre a morte secreta do ex-integrante dos Beatles, que teria ocorrido em 1966, Tobias gasta suas horas estudando as pistas que teriam sido deixadas nas capas dos discos do grupo.

Para deixá-lo ainda mais alucinado, o menino ainda vê o fusca da capa do disco Abbey Road em uma rua perto de sua casa. Em sua fértil imaginação, o motorista do veículo, um inglês que fuma uma marca de cigarro estrangeira, é o assassino de McCartney. Até o diretor da escola de Tobias entra na conspiração depois que o menino o "reconhece" ao fundo na capa de um disco.

Enquanto o protagonista se distrai com o assunto, até porque seu irmão (quatro anos mais velho) o ignora, Handloegten apresenta seu inventário infantil. Não faltam cenas de bicicleta em alta velocidade, de sessões de fast food em frente da televisão e de criatividade explícita - principalmente quando Tobias reconstitui o "acidente" com a ajuda de bonecos e brinquedos ou quando ele brinca de entrevistar cantores famosos.

Incluindo ele mesmo. (Jornal da Tarde)

 

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