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24ª Mostra: "O Filho de Jesus" não tem nada de filme religioso


Billy Crudup
(Divulgação)

Não se iluda com o título. O Filho de Jesus não responde por obra religiosa. Pelo contrário. O Jesus do título desempenha um papel irônico, na medida em que o protagonista, apelidado acertadamente de Fuckhead, é famoso por estragar tudo aquilo em que põe a mão e ser uma inesgotável fonte de azar - tanto para si mesmo quanto para os que o cercam.

Billy Crudup (mais conhecido pelos papéis em Terra de Paixões e Círculo de Paixões) encarna com competência o protagonista. O ator, aliás, tem se revelado uma das maiores promessas jovens de Hollywood. Principalmente por imprimir nos seus personagens força e, ao mesmo tempo, uma dose de vulnerabilidade.

Nesse filme independente americano, uma das atrações de hoje da Mostra Internacional de São Paulo, Crudup precisou interpretar Fuckhead com nuances de estupidez e inocência. O personagem é um jovem típico dos anos 70 que vive em Iowa. Usa drogas, pratica pequenos delitos e passa a maior parte do tempo com a namorada, a desequilibrada Michelle (Samantha Morton, a mesma atriz que rouba a cena em Poucas e Boas, vivendo uma garota muda).

A namorada com tendências suicidas é apenas a primeira de uma série de pessoas estranhas que entram na vida de Fuckhead: incluindo Wayne (Denis Leary), que pede ajuda ao protagonista para derrubar as paredes de sua casa, e Mira (Holly Hunter), uma mulher acostumada a ver todos os namorados morrerem.

A história, adaptada do livro de contos de Denis Johnson, é contada em flashbacks, que não respeitam necessariamente a ordem dos acontecimentos.

A narrativa vai e volta, cabendo ao espectador posicionar as lembranças do protagonista cronologicamente. Fuckhead chega até a interromper um flashback, com a desculpa de que esqueceu de contar um outro episódio.

Humor negro - Há um quê de humor negro nessa história, levada às telas sob a direção de Alison Maclean. Um episódio na vida do personagem, depois que ele arruma um emprego em hospital, reflete particularmente essa intenção. Em um plantão noturno, surge um paciente com uma faca na cabeça. Isso mesmo. E apesar de estar com o objeto pontiagudo enterrado no crânio, a vítima anda e fala normalmente. A enfermeira estarrecida é quem recomenda: "É melhor o senhor deitar".

A situação é tão extraordinária (principalmente por não estar inserida em um filme de terror) que ninguém se atreve a colocar as mãos no sujeito. Na hesitação do médico, quem se prontifica é Georgie (Jack Black), um ajudante da sala de emergência que mais parece um açougueiro. (Jornal da Tarde)

 

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