Busca

Pressione "Enter"

Cobertura completa Sites de cinema Grupos de discussão Colunistas Os melhores filmes Notas dos filmes Todos os filmes Roteiro de cinema O que está passando no Brasil



24ª Mostra: Cakoff anuncia mudanças para o ano que vem



A Mostra vai mudar. O anúncio foi feito no sábado, com a apresentação do júri e a divulgação dos 12 filmes que concorrem ao troféu Bandeira Paulista deste ano, para o melhor filme da 24ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo. O organizador Leon Cakoff reafirmou que gosta da fórmula adotada pelo evento que promove. O público seleciona dez (ou 12) filmes de novos diretores e, em cima dessa escolha prévia, o júri de especialistas faz sua escolha. A fórmula tem apresentado problemas. "A Renata (Cakoff refere-se à sua mulher e co-organizadora do evento, Renata Almeida) não está muito satisfeita com a lista de selecionados."

Renata apressa-se a esclarecer. "Não tenho nada contra nenhum dos 12 filmes selecionados; gosto de todos, mas gostaria que outros filmes também estivessem participando da competição." Por isso mesmo, Cakoff e ela estão amadurecendo a idéia da mudança, que poderá ser implementada já no ano que vem. Eles poderão dar à Mostra o formato tradicional de todos os festivais que se realizam no mundo. Como organizadores (e selecionadores), vão escolher os 20, ou 25 filmes, que vão participar da Mostra competitiva de 2001.

Alemanha, EUA e Irã, com duas indicações cada um, são os países com maior número de filmes selecionados pelo público. Os alemães - Ano Novo com Neve, de Thorsten Schmidt, e Paul Está Morto, de Hendrik Handleoegten. Os iranianos - Djomeh, de Hassan Yektapanah, e Tempo de Embebedar Cavalos, de Bahman Ghobadi. Esses dois dividiram o prêmio Caméra d'Or, para estreantes, em Cannes, em maio. Os americanos - O Filho de Jesus, de Alison McLean, e Feliz Acidente, de Brad Anderson, o diretor de Próxima Parada Wonderland.

Esse último ganhou dos jornalistas presentes à coletiva da Mostra a definição de "filme mais fofo" do evento.

Há mais um filme parcialmente alemão na Mostra deste ano - é Princesa, de Henrique Goldman, sobre travestis brasileiros na Itália. Goldman é um dos dois diretores brasileiros que participam da competição, mas seu filme é uma co-produção ítalo-anglo-alemã. Não representa pouca coisa dizer que o cineasta radicado na Europa conseguiu a verba da produção junto às empresas de Kean Loach (a Parallax) e Wim Wenders (a Road Movies). O outro brasileiro na competição, na verdade é uma brasileira, a diretora Laís Bodanzky, com seu belo filme adaptado do livro de Austregésilo Carrano, O Canto dos Malditos. Bicho de Sete Cabeças também participa da seleção do Festival de Brasília. Estará automaticamente fora da disputa dos Candangos se ganhar o Bandeira Paulista.

Os demais filmes que concorrem ao troféu criado pela artista plástica Tomie Ohtake são - Amores Perros, do mexicano Alejandro Gonzáles, o simpático Billy Elliot, do inglês Stephen Daldry, que está sendo definido como o Ou Tudo ou Nada deste ano, Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, e Uma Relação Pornográfica, de Frédéric Fontayne, com a extraordinária interpretação de Nathalie Baye. Se houvesse um prêmio para a melhor atriz da Mostra poderia ser ela. Outra mudança anunciada. Cakoff está muito satisfeito com o novo horário que abriu para a participação de estudantes, a sessão do meio-dia, na qual os filmes não apenas passam de graça, mas os espectadores, comprovada sua filiação a uma escola ou faculdade, ganham um lanche. Ele promete um Festival da Juventude, um segmento específico da Mostra, com filmes escolhidos por sua temática juvenil.

A apresentação do júri é sempre um dos momentos festivos da Mostra. É acompanhada pelo anúncio dos filmes concorrentes, sempre durante uma feijoada que se realiza no Terraço Itália. Os estrangeiros ficam sempre embasbacados com a vista de São Paulo que se tem do 41º andar do prédio do Circolo Italiano. Inicialmente, os jurados eram cinco. Apenas três puderam ser apresentados no sábado e, assim mesmo, porque Cakoff integrou um sexto elemento ao grupo.

Do júri original, estavam apenas o diretor da Cinemateca Uruguaia, Manuel Martinez Carril, e o diretor suíço Richard Dindo, de Genet em Chatila (filme que integra a programação e será exibido na quarta-feira). O terceiro foi Ivo Jankoski, nascido na Macedônia e responsável pela trilha sonora do filme Antes da Chuva, de Milcho Manchevski, vencedor do prêmio do público na 24ª Mostra. Jankoski é diretor de curtas e de videoclipes. Também é produtor e empresário da banda Anastasia, que integra a trilha de Antes da Chuva. É dele o curta Kaval, que está passando na 24ª Mostra.

Não puderam participar da coletiva a atriz portuguesa Leonor Silveira, que teve problemas com seu vôo, em Lisboa, e o crítico e roteirista mexicano Leonardo Garcia Tsao, cujo vôo da Cidade do México foi cancelado na sexta-feira. Ambos devem chegar hoje à cidade. A jurada brasileira, a diretora Carla Camurati, de Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, também não pôde vir no sábado do Rio por causa de problemas familiares. O júri estará presente na cerimônia de encerramento da 24ª Mostra, na quinta-feira, dia 2, no Cinearte, às 21 horas. Após o anúncio do filme vencedor do troféu Bandeira Paulista, haverá a única projeção de Dançando no Escuro, o musical do (ex) dogmático Lars Von Trier. Cakoff promete compensar o desencontro de sábado promovendo nova coletiva do júri - que poderá, então, explicar sua escolha, qualquer que ela venha a ser. (O Estado de S. Paulo)

 

Copyright © 1996-2000 Terra Networks, S.A. Todos os direitos reservados. All rights reserved.