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A adolescência é um dos temas mais surrados de Hollywood, quase sempre é abordado com resultados soporíferos ou enervantes. Por isso Krámpack, do espanhol Cesc Gay, merece ser visto com atenção. Filmado em uma praia na Catalunha, o roteiro fala do encontro de férias entre dois garotos de 17 anos para tratar de sexualidade. Gay adaptou uma peça de teatro, de Jordi Sànchez, que conta a história da amizade de dois adolescentes. Os pais de Dani (Fernando Ramallo) viajam e deixam o filho em sua casa de praia. Ele recebe o amigo Nico (Jordi Vilches) como hóspede para uma temporada. Dani é introvertido e gosta de escrever, e Nico está de olho nas meninas. Os dois se divertem, bebem, pescam, paqueram. Fazem um pacto de amizade, o krámpack. À medida que a sexualidade aflora, Dani se interessa por Nico. Mas não é correspondido. Com um tratamento naturalista, música pop e agilidade, Gay mostra o surgimento da homossexualidade sem panfletarismo. Ele conta com dois grandes atores. Ramallo e Vilches estão ótimos. Este parece um ator cômico, pouco apto a papéis mais sérios. Mas é seu jeito que dá força à interpretação. Krámpack mostra o momento alto de uma amizade e seu esfacelamento, que coincide com a volta de Nico para casa. Um filme inteligente que não toma o adolescente por um débil mental.
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