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Astros e estrelas de Hollywood vão enfrentar temperaturas hostis de até 15 graus negativos para comparecer ao festival de cinema mais prestigiado dos Estados Unidos no momento, o Sundance, que começa nessa quinta-feira na cidadezinha de Park City, em Utah. Há quem considere o festival uma contradição em termos, uma vez que se autodenomina independente, mas influencia a indústria do cinema. Além disso, ele nem sequer é realizado em Sundance, embora haja um lugarejo chamado Sundance perto de Park City. Controvérsias à parte, o Festival -- promovido por Robert Redford e seu Sundance Institute desde 1985 -- tornou-se uma grande vitrine mundial de cinema, colocando os EUA no mapa dos festivais mais respeitados internacionalmente, ao lado de Cannes, Berlim e Veneza. Também revelou cineastas do porte de Steven Soderbergh, os irmãos Cohen e Quentin Tarantino. Além do evento anual, o Instituto promove o cinema alternativo, com a concessão de financiamentos para roteiros, laboratórios para roteiristas e apoio a estudiosos do cinema. Um dos beneficiados pelo apoio aos roteiristas foi o brasileiro Marcos Bernstein, com seu primeiro tratamento para Central do Brasil (de Walter Salles). Estrelas devem brilhar nas telas do festival -- entre elas Kate Winslet, Drew Barrymore, Uma Thurman, Elizabeth Hurley, Courtney Love e Marisa Tomei -- mas os cineastas que concorrem na mostra competitiva mantêm a tradição de serem pouco conhecidos e não estarem atrelados aos grandes estúdios de Hollywood. CINEMA BRASILEIRO Fora de competição -- só filmes americanos disputam o Prêmio do Júri -- aparecem em destaque alguns filmes brasileiros na mostra Cinema Mundial. O primeiro é Eu Tu Eles (de Andrucha Waddington), com Regina Casé, que teve carreira vitoriosa no Brasil e ganhou vários prêmios internacionais. Sandra Werneck, de Pequeno Dicionário Amoroso, leva ao Sundance seu novo filme, Amores Possíveis. A história, com Carolina Ferraz e Murilo Benício, recorre ao tema dos relacionamentos afetivos modernos. Também será exibida a co-produção Brasil-Alemanha Princesa, do brasileiro radicado na Inglaterra Henrique Goldman, que conta a história de um travesti brasileiro, Fernanda, que se casa em Milão com um italiano e constitui família. ZÉ DO CAIXÃO Na "sessão maldita" da Mostra da Meia-Noite, nosso "Coffin Joe" -- como o diretor brasileiro de filmes de terror B, José Mojica Marins, é conhecido nos EUA -- está representado por À Meia-Noite Levarei Sua Alma, de 1963. Além de seu próprio filme, um documentário sobre sua vida e obra, Maldito, dos diretores André Barcinski e Ivan Finotti, está na programação soturna de Sundance, tornando Zé do Caixão um destaque da mostra. O festival termina no dia 28 de janeiro, depois da maratona de 106 filmes e festas repletas de gente famosa.
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