Suspense supostamente criado para expor a irresponsabilidade da mídia e o culto da celebridade, o segundo filme do diretor John Herzfeld anuncia suas intenções didáticas desde o início e não pára de repeti-las nas duas horas seguintes.

"Adoro a América. Ninguém aqui é responsável pelo que faz", delira um assassino europeu oriental recém-chegado ao país, visualizando uma vida ótima num país conhecido pelas alegações de insanidade, a mentalidade de vítima prevalecente e o hábito que têm as emissoras locais de priorizar as notícias que pingam sangue.

São preocupações válidas, mas que são afirmadas de maneira tão óbvia e repetida que o filme exagera na exploração predatória e calculada dos temores latentes do público.

Os criminosos são o tcheco Emil (Karel Roden) e o russo Oleg (Oleg Taktarov), que estão nos EUA há apenas uma hora quando roubam uma câmera de vídeo de uma loja na Times Square. Emil quer que sua nova vida nos States seja registrada para que, futuramente, ele possa ter os 15 minutos de fama previstos para todos por Andy Warhol.

Oleg se vê filmando enquanto Emil brutalmente assassina um antigo colega -- e a mulher deste -- que o enganou num roubo em seu país de origem. Emil tenta incendiar o apartamento para esconder os rastros do crime, mas não consegue enganar o especialista em incêndios criminosos Jordy Warsaw (Edward Burns), que está dando uma mão na investigação conduzida pelo célebre detetive Eddie Flemming (Robert De Niro).

Eddie, por sua vez, está tão acostumado a ser objeto de atenção da mídia que se faz acompanhar em suas prisões por Robert Hawkins (Kelsey Grammer, de Frasier), apresentador do programa de mundo-cão Top Story.

Depois que os assassinos quase são pegos numa corrida pelas ruas da cidade, chegamos à sequência crucial do filme, sobre a qual a New Line pede "a cooperação da imprensa para não revelar o ponto chave da trama envolvendo o destino de um dos personagens principais".