O diretor Francis Ford Coppola foi para o inferno e voltou para conseguir levar às telas seu épico cult sobre a Guerra do Vietnã, Apocalypse Now. Vinte e dois anos mais tarde e com sua sanidade totalmente restaurada, Coppola retorna esta semana para o Festival de Cinema de Cannes, onde o filme teve sua estréia triunfal, para lançar uma versão mais longa do clássico e, segundo ele, mais fiel a sua visão original.
Apocalypse Now Redux traz 53 minutos adicionais de ação que ficaram de fora do original, somando mais substância à história assustadora do capitão do exército americano Ben Willard, que é enviado para a selva para executar o coronel renegado Walter Kurtz.
"Os temas emergem com mais clareza e o filme se torna mais divertido, mais sexy, mais romântico, mais político e mais bizarro, com perspectiva histórica", disse Coppola no início deste ano, quando o projeto foi anunciado.
Um dos cineastas americanos mais dinâmicos e mais erráticos, Coppola levou o Apocalypse Now original a Cannes em 1979 como trabalho em processo de ser feito, para acabar com os boatos de que o filme seria impossível de ser lançado, apesar de ter sido iniciado cinco anos antes.
Estrelando Marlon Brando como o despótico Kurtiz e Martin Sheen no papel do solitário Willard, o filme fascinou as platéias com seus delírios psicodélicos. Apesar de incompleto, ganhou o prêmio mais importante do festival, a Palma de Ouro.
Mas os críticos norte-americanos não foram unânimes em suas resenhas e o próprio Coppola nunca ficou satisfeito com a edição final do filme.
Vem daí a nova e, supostamente, definitiva versão do diretor com 3 horas e 17 minutos de duração e que vai estrear em Cannes, fora da competição, na sexta-feira.