Os dez membros do júri do festival de Cannes, a começar pela presidente Liv Ulmann, indicaram esta quarta-feira com unanimidade que iriam se basear "na emoção" para atribuir a Palma de Ouro a um dos 23 filmes em competição."O que faço com os filmes, é fazer a experiência deles. Digo isso porque todo mundo diz que sou uma intelectual, que faço coisas sombrias", declarou em francês a ilustre norueguesa de Ingmar Bergman, Liv Ulmann, na única coletiva comum do júri.
O importante, disse ela, "não é dizer este filme é o melhor, mas escolher um filme que me fale, feito com emoção, que representa o que há de grande".
Depois dela, todos os membros do júri se exprimiram nesse sentido. "Para mim, o cinema é primeiro a emoção. O único verdadeiro argumento é: ficamos emocionados, perturbados, abalados, surpreendidos", disse o escritor e cineasta francês Philippe Labro.
A jovem atriz francesa Sandrine Kiberlain estimou que "o verdadeiro privilégio do júri é poder viver mais fortemente as emoções e dizer alto e bom som". Sua compatriota Charlotte Gainsbourg aliás advertiu: "chegarei a defender minhas emoções ainda que se pense que tenho tendência a me anular".
Os jurados igualmente evocaram sua vontade de ver os filmes em competição como simples espectadores.
"Quando vou ver um filme em uma sala de cinema e a luz apaga, só posso estar junto ao público. Quando sinto qualquer coisa sou eu, não sou atriz ou cineasta", disse Liv Ulmann.
"O problema (aqui) é conseguir se dissociar da fabricação do filme", reconheceu o ator e cineasta francês Mathieu Kassovitz.