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Drama
título Pollock
título original Pollock
diretor Ed Harris
nossa opinião
ano 2000
país de origem EUA
duração 122 min
língua Inglês
cor Cor
som Dolby
classificação
elenco Ed Harris, Marcia Gay Harden, Amy Madigan, Jennifer Connelly, Jeffrey Tambor, Bud Cort, John Heard, Val Kilmer, Stephanie Seymour
site oficial https://www.spe.sony.com/classics/pollock/
 
Resenha
Divulgação
Ed Harris encarna vida e obra de Jackson Pollock em filme fundamental

Isso provavelmente nunca iria acontecer, mas Ed Harris merecia ser contemplado com o Oscar por sua atuação em Pollock. A academia entendeu o valor da obra e premiou Marcia Gay Harden como atriz coadjuvante, embora seu papel, na verdade, seja o de protagonista feminina.

  • Veja trailer do filme

    Ed Harris tornou real seu sonho ao dirigir, produzir e estrelar um filme sobre um dos maiores pintores do pós-guerra americano, Jackson Pollock. Nesta biografia filmada, baseada no livro Jackson Pollock: An American Saga, o ator traz à tela a personalidade e arte de um artista obcecado pelo verdadeiro sentido e sentimento de sua obra.

    Precursor do expressionismo abstrato americano, Pollock estudou em Nova York entre os anos 1929 e 31, com o também pintor Thomas Hart Benton. Apesar disso, sua grande influência artística foi de A. P. Ryder, da arte muralista mexicana, especialmente de Siqueiros, e principalmente do surrealismo de Pablo Picasso, o qual Pollock tinha verdadeira veneração.

    Tal influência é revelada logo no ínicio do filme, em que o pintor americano, num de seus devaneios alcoólatras, revela: “Dane-se Picasso! O desgraçado era completo.”

    A figura trágica que vemos no retrato de Pollock por Harris traz um artista ousado, inflexível e agressivo. Tais características marcaram este pintor que transcendeu e violou os limites da arte através de sua personalidade auto-destrutiva, misturando estrutura à espontaneidade, disciplina à liberdade, que culminou numa forma única de expressão em sua época. Para Pollock, a Arte Moderna nada mais era que “os anseios contemporâneos do tempo em que vivemos”.

    O filme conta a história de Pollock a partir dos anos 40, quando a também pintora Lee Krasner (Marcia Gay Harden) visita seu estúdio pela primeira vez. Na verdade, o estúdio ficava num apartamento decadente em que o pintor morava junto ao irmão e sua esposa grávida.

    Foi nesta mesma década que artistas começaram a livrar-se do peso das figuras e dos controles estéticos, convertendo-se em abstracionistas. Mas, enquanto os grandes mestres modernistas europeus expunham regularmente em museus de Arte Moderna e de Pintura Não-Objetiva (como o Museu Guggenheim), artistas americanos eram considerados meros seguidores provincianos.

    Com o início da Segunda Guerra a situação começou a mudar. Vários artistas europeus renomados foram forçados a fugir da dominação nazista em países onde o Cubismo, Expressionismo e o Surrealismo foram oficialmente banidos por serem considerados movimentos de arte degenerados.

    Nesta época, um grande número de exilados europeus com Max Ernst, Marcel Duchamp, Fernand Léger, Joan Miró e Mondrian mudaram-se para Nova York, onde suas idéias estimularam a vanguarda americana.

    A herdeira e patrona desta arte foi Peggy Guggenheim, sobrinha de Solomon Guggenheim, que estabeleceu um ligação crucial entre os movimentos americanos e europeus. No filme, Pegg é interpretada pela mulher do diretor, Amy Madigan. Exilada em Nova York, abriu a galeria Art of This Century, que rapidamente tornou-se a sensação da cidade. Neste período adquiriu grandes obras de vanguarda apoiando significativamente os artistas.

    Além de exibir trabalhos abstratos e surrealistas, que trazia da Europa, Peggy Guggenheim começou a procurar representantes americanos de tais movimentos. Foi mesclando trabalhos de grandes nomes a desconhecidos, que ela ajudou a legitimar diversos artistas, que logo formariam o núcleo nova-iorquino.

    É através do marchand bonachão Howard Putzel (But Cort) que Peggy conhece o trabalho de Pollock. A galerista apaixona-se pelo trabalho do artista e investe em sua carreira. É na galeria Art of This Century que ele realiza sua primeira mostra individual e insere-se no mercado de arte, mas não agrada à crítica.

    Pollock, Robert Motherwell, Mark Rothko, Willem DeKooning (Val Klimer), Clyfford Still e William Baziotes (interpretado pelo artist Kenny Scharf) foram apenas alguns dos artistas que reaizaram suas primeiras exposições individuais na galeria Art of This Century.

    Apesar de todos os fatos biográficos, o grande mérito do filme é o enfoque no relacionamento do artista com a pintora Lee, que torna-se sua mulher. Apaixonada pelo homem e sua arte, Lee é quem dá suporte psicológico e emocional ao pintor, que tinha um sério problema com o álcool. Em 1945 mudam-se para uma pequena fazenda em Long Island, e é aí que a criação de Pollock torna-se extremamente frutífera.

    Seu experimentalismo ocasionou o desenvolvimento completo de seu trabalho. Ele energeticamente desenhava com grandes pincéis em enormes telas. Às vezes, aplicava a tinta diretamente dos tubos e, algumas vezes, usava tinta metálica para proprocionar um efeito de brilho em seus quadros.

    Seu vigoros ataque às telas e sua devoção ao verdadeiro ato de pintar tornaram Pollock um símbolo da nova revolta artística. É pintando uma de suas telas no chão que ele encontra sua maior característica: fluxos de tinta, sem a marca do pincel, com líquidos soltos, definidos por pingos, respingos e grandes gotas abundantes.

    A partir daí, sua técnica aperfeiçoa-se, seus trabalhos ficam cada vez mais elaborados e catárticos, o que o consagra entre a crítica. Seu sucesso chega ao ápice em 49, quando expõe trinta quadros em uma mostra individual e vende quase todos, restando apenas cinco.

    Luciana Rocha - Redação Terra

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