Paradoxalmente, seu segundo filme fugiu completamente dos antigos padrões. Depois de seu envolvimento com a cantora Madonna, que resultou em paternidade e casamento, Guy Ritchie tornou-se o cineasta queridinho da mídia, que divulgou exageradamente seu mais novo filme Snatch.

Além do maciço olhar da imprensa, a produção recebeu toques e atores americanos, que traz como destaque o astro Brad Pitt e o oscarizado Benício Del Toro.

Pitt não é o ator principal, pois o filme traz tramas paralelas, mas é um dos grandes personagens do filme. Vivendo um cigano irlandês, torna-se pugilista ao envolver-se com os dois personagens boa-pinta do filme Tommy (Stephen Graham) e Turco (Jason Statham), que atua como narrador do filme. Apesar das lutas e de seu jeito briguento, a única coisa que quer é comprar um trailer novo para a adorada mãe.

No Brasil, o filme ficou com o nome de Snatch: Porcos e Diamantes. Mais uma vez, um título comprido e explicativo como Jogos, Trapaças e .....

Snatch significa espaço de tempo curto, rapto, pedaço, ou pode ser a tentativa de agarrar algo. No filme, todos correm atrás de um diamante gigante, mas é numa das cenas finais que se pode ter a noção mais apropriada do título, quando na fração de um segundo, o destino dos dois bandidos-do-bem muda completamente. Lutas clandestinas de boxe, casas de penhores e acampamentos ciganos são apenas alguns dos ícones do submundo retratados por Ritchie.

A trama, repleta de mafiosos e justiceiros, continua latente no segundo filme do diretor, além dos efeitos de stop motion, que foram tão marcantes em seu primeiro filme. Mas, a temática não inova, e é óbvia a reutilização da fórmula que o consagrou.

Diferente de Tarantino, que marcou sua estética mas inovou em suas tramas, Ritchie fica preso à sua idéia principal de briga entre mafiosos e ao roteiro mirabolante que tem, no final, um acontecimento inesperado que acerta tudo para os “bonzinhos” da história.