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Oliveira e Coen apresentam dramas sobre a dor de viver em Cannes

Domingo, 13 de maio de 2001, 15h36

Divulgação
Foto do novo filme de Manoel de Oliveira "Vou para Casa"
Com Vou para casa, o português Manoel de Oliveira fala sobre o drama da velhice, que Michel Piccoli interpreta com sóbria maestria, enquanto em The man who wasn't there, segundo filme apresentado no Festival de Cannes neste domingo, Joel Coen conta o sofrimento de uma vida medíocre, espécie de crime e castigo na Califórnia dos anos 40.

Apesar de ser apresentado no programa oficial com título em português, o filme de Oliveira foi rodado em francês. A história começa no teatro, onde um veterano e famoso ator (Piccoli) interpreta O rei morre de Ionesco. Ao terminar a apresentação, seu amigo e agente o espera para informar que sua mulher e filha morreram num acidente.

O filme se passa na Paris envolvida com as comemorações do ano 2000. A vida do ator segue seu curso, dividida entre o trabalho - no qual ele mantém um código de honra de não aceitar papéis ruins, independente da situação financeira - os amigos e seu amor pelo neto que ficou sob sua guarda.

"Trata-se da vida simplesmente, mas marcada pelo drama particular do envelhecimento, que avança, com se nos traísse", diz o diretor.

Oliveira pinta um retrato sutil do ator, do homem que envelhece, com ajuda da atuação magistral de Piccoli, respaldado ainda por um elenco no qual estão Catherine Deneuve e John Malkovich.

Aos 93 anos de idade, Manoel de Oliveira é um dos cineastas mais velhos do mundo ainda em atividade. Ele é assíduo participante do Festival de Cannes, no qual já apresentou dez filmes, sete na seleção oficial e três em paralelas.

Em 1990 ganhou o Prêmio da Crítica Internacional pelo conjunto de sua obra e em 1999 o Prêmio do Júri La Carta, entretanto não levou a Palma de Ouro.

The man who wasn't there (O home que não estava lá) do americano Joel Coen conta a dor de uma vida medíocre, espécie de crime e castigo de um romance noir na Califórnia dos anos 40.

Ed Crane (Billy Bob Thornton) trabalha no barbeiro do seu cunhado (Michael Badalucco), entretanto, não gosta do trabalho nem da companhia.

Homem silencioso e taciturno, entra em crise o dia que descobre que sua mulher (Frances McDormand) o trai com o chefe da loja onde trabalha (James Gandolfini) e decide chantageá-lo.

A partir daí, os acontecimentos tomam um rumo nefasto. Filmado em preto e branco, o filme reconstitui uma atmosfera pessimista e faz sentir o peso da rotina de uma vida medíocre que leva ao crime quase por acidente, como uma fatalidade.

O tema e a atmosfera contrastam com O' Brother, a engraçada adaptação de a Odisséia apresentada por Coen no ano passado em Cannes.

Joel Coen e seu irmão Ethan Coen ganharam em 1991 a Palma de Ouro por Barton Fink.

AFP

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