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Documentários sobre guerra e ditadura agitam Cannes

Quarta, 16 de maio de 2001, 15h48

De Sobibor do francês Claude Lanzmann a El Caso Pinochet do chileno Patricio Guzmán, o Festival de Cannes é marcado este ano por uma profusão inédita de documentários.

Qualificado de "música de câmara do cinema" pelo cineasta chileno, um especialista do gênero, o documentário é porém um gênero que recusam alguns diretores, assinalando que suas fronteiras são imprecisas.

Patricio Guzmán, que dirige o Festival de Documentário de Santiago do Chile, sustenta, ao contrário, que é "o gênero cinematográfico que mais se desenvolveu do ponto de vista formal" nos últimos dez anos.

Prova disso são alguns dos apresentados este ano em Cannes. Em A.B.C. Africa, o veterano cineasta iraniano Abbas Kiarostami, que renunciou a participar das competições, pôs sua câmara a serviço do Fundo Internacional para o Desenvolvimento (Fida) para expor os semblantes dos órfãos aidéticos africanos em Uganda.

Em Sobibor, o autor de Shoah, francês Claude Lanzmann, recupera o testemunho de um sobrevivente, contando como a 14 de outubro de 1943 um grupo de judeus de Sobibor protagonizou a única rebelião vitoriosa de um campo extermínio nazista.

Na Quinzena dos Realizadores foi exibido Made in the USA de Solveig Anspach, que condena a pena de morte ao repassar a investigação sobre o caso de Odell Barnes, executado por assassinado em um presídio do Texas.

A Semana Internacional da Crítica selecionou dois documentários: El caso Pinochet, do chileno Patricio Guzmán, é uma descrição rigorosa das circunstâncias que tornaram possível a denúncia judicial e a detenção do ex-ditador chileno, e ao mesmo tempo uma homenagem às vítimas, que aparecem como o coro de uma tragédia, guardião da memória coletiva.

O segundo, Asesinato en Febrero, de Eterio Ortega Santillana, é um requisitório contra a violência da organização separatista basca ETA através do vazio que deixam suas vítimas na vida das pessoas que as amaram.

Finalmente, em sessão especial, foi apresentado Il mio viaggio nel cine italiano, do americano Martin Scorsese, que remonta a história de sua família ao mesmo tempo que presta homenagem ao cinema italiano.

AFP

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