Após um inverno longo e chuvoso, o sol deu as caras em Cannes - mas as estrelas não quiseram aparecer. O festival atraiu poucos astros este ano, e muitos dos rostos famosos que eram aguardados para promover seus filmes durante os 12 dias de cinema intensivo simplesmente não foram.
"Alguma coisa está faltando - uma parte intrínseca e fundamental daquilo que os entendidos insistem em chamar de 'a experiência Cannes' ", disse um crítico da revista de cinema Moving Pictures. "Onde está o glamour, pergunto?".
Este ano está difícil encontrar algum ídolo tomando um café expresso no boulevard Croisette, de frente para o Mediterrâneo, ou tropeçar nos saltos altos de uma "starlet" a caminho de alguma festa.
Talvez a maior decepção de todas seja a ausência do ator Jack Nicholson, tão carismático que seria capaz, sozinho, de arrancar o festival do atual clima parado.
Protagonista de The Pledge, o filme com o qual Sean Penn está se candidatando à Palma de Ouro, Nicholson não pôde comparecer em função de outros compromissos ligados ao cinema.
O galã Antonio Banderas faltou a um almoço com a imprensa no início da semana, a volátil atriz francesa Beatrice Dalle não apareceu para promover seu último filme, e o ator americano Vincent Gallo não chegou a embarcar no avião.
Mesmo ex-presidente americano Bill Clinton, que deveria subir os famosos degraus cobertos por um tapete vermelho, não apareceu, e o diretor Martin Scorsese, cujo documentário sobre o cinema italiano foi exibido no festival, perdeu seu vôo.
A grande estrela de Cannes foi Nicole Kidman, mas seu aparecimento esfuziante no primeiro dia, com a exibição de Moulin Rouge, parece não passar de uma memória distante.