Pearl Harbor, o filme, lançou uma nova Guerra Mundial. O retumbar ouvido em todo o país na sexta-feira não foi uma invasão estrangeira - era o som da comunidade de críticos de cinema dos EUA repetindo a palavra "bomba" do maior número possível de maneiras, nas resenhas de Pearl Harbor. Fazendo um trocadilho com o título de um filme muito mais explosivo sobre a 2ª Guerra Mundial (Tora! Tora! Tora!), a manchete do The Wall Street Journal foi "Snore-a! Snore-a! Snore-a!" (Ronca! Ronca! Ronca!).
Pearl Harbor, disse o crítico do jornal, Joe Morgenstern, na abertura de sua resenha, "é um empreendimento industrial oco e estúpido que apenas em um momento se eleva até o nível de grandeza solene de seu tema". Para Morgenstern, os momentos cômicos do filme não têm graça, seu embasamento histórico é dúbio, o drama é confuso e a história de amor é tão inepta "que faz até um pacifista sentir vontade de desencadear uma guerra".
Morgenstern não é o único a criticar o épico de 140 milhões de dólares. Na rodada semanal de resenhas de Nova York, Chicago, Los Angeles e Washington publicadas na "Variety", Pearl Harbor ganhou 25 resenhas negativas, 17 mistas e apenas seis positivas. Muitos críticos elogiaram a sequência de combate, que dura 30 minutos, mas nada mais.
Para Roger Ebert, do The Chicago Sun-Times, "não há química ou convicção alguma no triângulo amoroso" apresentado no filme.
O crítico Desson Howe, do The Washington Post, também fez um trocadilho com Tora! Tora! Tora!: "Deveriam ter intitulado este filme 'Bore-a, Bore-a, Bore-a' (Cansa, cansa, cansa)".
Lou Lumenick, to The New York Post, evitou metáforas e trocadilhos, dizendo apenas que "a maior parte do épico de três horas de duração é um melodrama de terceira categoria que guarda relação apenas superficial com a história".