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Drama
título Coisas que Você Pode Dizer Só de Olhar Para Ela
título original Things You Can Tell Just by Looking at Her
diretor Rodrigo García
nossa opinião
ano 2000
país de origem EUA
duração 109 min
língua Inglês
cor Cor
som Dolby Digital
classificação 14 anos
elenco Glenn Close, Cameron Diaz, Calista Flockhart, Kathy Baker, Amy Brenneman, Valeria Golino, Holly Hunter, Matt Craven, Gregory Hines
site oficial https://www.mgm.com/thingsyoucantell
 
Resenha
Divulgação
Rodrigo García estréia com Coisas que Você pode Dizer Só de Olhar Para Ela

O título é longo e cumpre a ambição: Coisas que Você Pode Dizer Só de Olhar para Ela. Ela, em questão, pode ser a médica solitária que cuida da mãe doente ou a mulher madura e liberada, mas descontente no papel da amante, só para citar dois dos cinco capítulos que formam esse painel da solidão feminina. Capítulos talvez seja a descrição correta para as histórias de Rodrigo García, que mais parecem um apanhado de contos com início de drama já estabelecido, enredo e uma sugestão de final. Há mesmo intertítulos apontando o nome dos personagens, Carol e Kathy, Christine e Lilly, etc. A influência se justifica. Rodrigo é filho de Gabriel García Marquez, e esta é sua estréia na direção

Um início mais que digno. Quem sabe pelo sobrenome famoso, o diretor reuniu elenco cintilante, da estrelinha hollywoodiana (Cameron Diaz) a atrizes de porte (Glenn Close, Holly Hunter). Deu-se ao luxo de convidar Elpidia Carrillo, a maravilhosa intérprete de Ken Loach em Pão e Rosas para uma ponta como a jovem que se suicidou. Mais certo, porém, é tê-las cooptado pelo roteiro. Raros são os filmes que tocam o universo feminino com tamanha beleza. García vai fundo em sentimentos difíceis e os evoca de forma mais contundente ainda, exemplo maior no conto da mãe divorciada (a ótima Kathy Baker) que redescobre a paixão no vizinho anão.

Não é homenagem ou mera veneração à mulher. Essa possibilidade o diretor quebra quando permite ao espectador deduzir as tais "coisas" sobre a personagem que se apresenta. Mais uma vez, o episódio da mãe separada. O filho adolescente, naquela fase de deboche, avisa-a que ela tem de tomar cuidado, que os anões são envolventes. Ela o reprova, mas depois não esconderá a atração ao flagrar o vizinho quase nu.

O talento de García, portanto, está na condução dos dramas. Há passagens titubeantes, como a das duas amantes, uma soropositiva. Um pouco mais interessante a da jovem cega (Diaz) que não percebe que a irmã sacrifica sua vida pessoal por ela. Um conflito de dedicação e perda que comunga com a solidão de todas as mulheres da fita, talvez melhor concretizada na máscara de dor de Glenn Close, a médica, quando ouve de uma vidente seu provável futuro. Inclui um homem, um dos poucos da fita a circular como uma peça sobressalente. Há um outro, que Holly Hunter expulsa quando ele rejeita sua gravidez. É a proposta de que estar solitário pode ser amargo, mas resulta menos doloroso quando não soterra a dignidade.

Investnews/ Gazeta Mercantil

 
 
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