Vatel retrata esplendor e miséria da corte de Luis XIV
Vatel conta a história do organizador de uma maratona de banquetes opulentos para o príncipe de Condé, durante o século 17, na França. O vaidoso e arruinado príncipe pede a seu devotado intendente Vatel que organize três dias e três noites de celebração estonteante para Luís XIV, na esperança que o rei o conceda o comando de uma operação militar contra os holandeses.
Toda a corte de Versalhes comparece ao palácio de Chantilly, e assim tem início uma maratona de intrigas e devassidão. "As pessoas no filme sabem que são cruéis. Mas Vatel é feito de compaixão e do desejo de tornar os outros felizes", segundo o diretor Roland Joffé (A Missão).
Intrigas políticas, suntuosos palácios de época e o retrato de um chefe como verdadeiro artista e homem de honra fazem de Vatel um verdadiro estudo sobre o perfil de um personagem extraordinário através de uma pintura da aristocracia nos tempos do Rei Sol.
Vatel existiu realmente, era intendente do príncipe de Condé e o que hoje chamaríamos um "chef". Seu suicídio é evocado pela escritora e cortesã Madame de Sevigné numa carta. Joffé optou por fazer dele um verdadeiro artista que busca a harmonia e a beleza.
O filme nos narra os três dias de trabalhos febris para satisfazer o rei e sua corte, as intrigas e baixezas dos grandes do reino, mas também a vida dos serventes, que aqueles depreciam, o amor entre Vatel e Anne de Montausier. E finalmente o suicídio, após comprovar que não tinha chegado o peixe fresco previsto para o jantar.
Gérard Depardieu encarna Vatel, rodeado de Tim Roth (o marquês de Lauzun), Uma Thurman (Anne de Montausier), Julian Sands (Luis XIV), Julian Glover (o príncipe de Condé). O diretor Roland Joffé reconheceu que a decisão de rodar o filme em inglês foi tomada por motivos financeiros e destacou que não quiz fazer uma reconstituição histórica fiel.