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Diretor de Kids volta em Veneza com jovens desajustados

Sexta, 31 de agosto de 2001, 18h04

Ao entrar no assustador mundo de Bully, do diretor americano Larry Clark, você será obrigado a esquecer as líderes de torcida loiras e os adolescentes de cara limpa que povoam a maioria dos filmes de Hollywood sobre adolescentes.

Baseada em fatos verídicos, a história chocante contada por Clark compete ao lado de 19 outros filmes pelo Leão de Ouro do festival.

O filme é ambientado na Flórida contemporânea, onde adolescentes entediados da classe média, já envolvidos nos prazeres ilícitos do sexo e das drogas, tramam e cometem o assassinato do "bully" do grupo ("bully" significa um sujeito valentão-covarde, do tipo que agride e insulta pessoas mais fracas).

Como o primeiro filme de Clark, Kids, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes em 1995, Bully é uma crítica violenta ao que o diretor vê como a sociedade norte-americana materialista e destituída de valores.

Rejeitando as críticas de que ele exagera no foco sobre a nudez e o sexo, Clark afirmou que seus trabalhos retratam a realidade, diferentemente dos filmes hollywoodianos convencionais sobre adolescentes.

Bully mostra que o perigo está não apenas na selva urbana, mas também nas residências de classe média dos subúrbios e nos shoppings das cidades menores. No incidente de 1993 que inspirou o filme, um grupo de amigos vingativos foi condenado por conspirar para matar Bobby Kent, então com 20 anos, depois de sofrer abusos de sua parte durante anos.

O filme vocaliza as façanhas sexuais de dois adolescentes suburbanos entediados -- Marty e seu amigo dominador Bobby -- que passam por experiências com drogas, sexo e até mesmo prostituição. Ao estilo típico de Clark, a câmera muitas vezes se demora sobre os corpos nus dos rapazes, às vezes machucados devido a espancamentos e a sexo violento.

Cansado de ser constantemente forçado por Bobby a cometer atos cada vez mais degradantes, Marty é encorajado por sua namorada a matá-lo. Enquanto Marty, a namorada e seus amigos tramam o assassinato e depois espancam e esfaqueiam Bobby e o abandonam para morrer no pântano, seus pais, ignorando tudo, estão em casa, assistindo à televisão.

A associação dos produtores de cinema dos EUA liberou o filme sem classificação etária. A medida, pelo fato de não indicar quem é autorizado a vê-lo, praticamente o obriga a ter uma distribuição limitada ao circuito do cinema de arte.

Reuters

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