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Manifestantes antiglobalização invadem o Festival de Veneza

Segunda, 03 de setembro de 2001, 10h49

Os simpatizantes do movimento antiglobalização invadiram pacificamente a Mostra de Cinema de Veneza, cujo quinto dia foi dedicado à denúncia política, às injustiças sociais e aos novos movimentos de massas no mundo.

Centenas de simpatizantes do movimento antiglobalização, ignorando as divas do cinema presentes, chegaram ontem ao Palácio do Cinema para assistir à conferência coletiva, realizada por 15 cineastas italianos, sobre o filme que preparam dedicado à cúpula de julho do G8, em Gênova.

O filme, cujo título será Outro mundo é possível, está em fase de montagem - foram projetadas imagens - e incluirá o material rodado no total por 33 cineastas italianos de todas as gerações, entre eles Ettpre Scola, Mario Monicelli, Gillo Pontecorvo, Francesco Maselli, coordenador da coletiva, Wilma Labate, Guido Chiesa, Pasquale Scimeca, Daniele Segre, Mario Martone e Francesca Comencini.

Durante a conferência, que contou com a participação de Vittorio Agnoletto, porta-voz do Genova Social Forum (GSF), a organização que reúne umas mil associações antiglobalização, se anunciou que o filme não conterá somente cenas dos choques, dos distúrbios e das violências que marcaram a cúpula dos oito grandes do mundo, quando um homem foi morto a tiros pela polícia.

No total, 290 horas de imagens, que correspondem a 570.000 metros de fita, foram filmadas durante a semana da reunião de cúpula, desde seus preparativos, debates e manifestações, até cenas insólitas dos temidos Black Bloc, os extremistas do movimento.

Os centenas de estudantes presentes na sala intervieram em várias ocasiões para comentar o notável interesse despertado pelo filme, que foi adquirido pela televisão estatal italiana, RAI, e cuja versão de uma hora deverá estar pronta em outubro.

A versão cinematográfica de 120 minutos está provocando também o interesse de várias distribuidoras internacionais, que querem comprar o documentário.

O dia de denúncia se completou com o filme de impacto do italiano Marco Bechis, que viveu os anos da ditadura na Argentina, que pede em seu filme Filhos que se faça justiça aos que roubaram os filhos dos desaparecidos, dando-os para adoção aos próprios verdugos de seus verdadeiros pais.

AFP

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