O filme brasileiro Abril Despedaçado, de Walter Salles, teve sua primeira exibição na noite de quarta-feira no Festival Internacional de Veneza e foi bem recebido pela crítica. Os aplausos foram calorosos mas, para o diretor, o grande teste será na exibição de hoje para o público.Leia também:
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Não foi por acaso que o filme de Walter Salles foi programado para os últimos dias do festival. Os próprios organizadores admitiam em conversas reservadas que haviam deixado para a reta final as melhores produções. Foi assim no ano passado com o filme iraniano O Círculo, de Jafar Panahi (em exibição em São Paulo), que acabou ganhando o Leão de Ouro.
O mesmo tipo de expectativa cercou, nos últimos dias, Abril Despedaçado. E, se ainda não se pode dizer que haja tanta unanimidade como em 2000, percorreu as rodas de conversas da noite de ontem uma sensação de que algum troféu caminha na direção do concorrente brasileiro.
Walter Salles chegou ao Lido, sede do festival, na noite de terça-feira, trazendo os seis rolos de seu filme nos braços, depois que a carga foi vetada no avião, que vinha de Paris, devido ao tamanho e peso do embrulho. "Chegamos nos 45 minutos do segundo tempo", desabafou num encontro com a imprensa brasileira.
A sessão foi realizada com a sala lotada. Ao final, houve algumas vaias que não conseguiram abafar a maioria dos aplausos. Um jornalista italiano gritou, entusiasmado: "Até que enfim, um filme!".
Como em Central do Brasil, a história de Abril Despedaçado é desencadeada por um menino, o paraibano Ravi Ramos Lacerda, que interpreta Pacu, filho caçula da família Breves, que disputa tiro a tiro com a família Ferreira a primazia pelo poder no remoto sertão baiano em 1910. Pontual como um relógio, a morte de um lado define a morte do outro lado.
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