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Festival de Veneza rende homenagem a diretor Eric Rohmer

Sexta, 07 de setembro de 2001, 12h11

Reprodução
Cartaz inglês do clássico filme do diretor, Minha Noite com Ele, de 1968
O cineasta Eric Rohmer, pioneiro da Nouvelle Vague, ou "nova onda" francesa que transformou o cinema na década de 1960, foi homenageado na sexta-feira, no Festival de Cinema de Veneza, com um tributo à obra de toda sua vida.

Numa carreira que se estendeu por mais de 40 anos, Rohmer, 81, dirigiu quase 50 filmes, tendo ganho destaque internacional inicialmente por Minha Noite na Casa de Maud, que foi indicado ao Oscar de melhor roteiro em 1969.

O Joelho de Claire (1970) foi premiado no Festival de Cinema de San Sebastián, e Amor à Tarde, dois anos mais tarde, consolidou a posição de Rohmer como mestre do retrato intenso do cerebral e do sensual.

Seus seis Contos Morais mostraram homens passando por crises morais e sofrendo a tentação da infidelidade. "O que chamo de 'conto moral' não é uma história com moral, mas uma que trata não tanto do que as pessoas fazem, mas do que se passa em suas cabeças enquanto o fazem", escreveu Rohmer em 1971.

"Pode-se dizer que meu trabalho se aproxima mais do romance -- de um certo estilo clássico de romance que o cinema agora está assumindo -- do que de outras formas de entretenimento, como o teatro."

Nos anos 1980, Rohmer começou sua segunda série de filmes sob a rubrica Comédias e Provérbios, num tom que se pretendia mais leve do que o dos filmes anteriores, "literários".

Rohmer nasceu com o nome de Jean-Marie Maurice Scherer em Nancy, leste da França, em abril de 1920. Depois de passar um curto período lecionando, passou a escrever sobre cinema, tendo fundado a La Gazette du Cinema juntamente com os outros futuros diretores da Nouvelle Vague Jean-Luc Godard, François Truffaut e Jacques Rivette, em 1950.

Foi editor chefe da "bíblia" da Nouvelle Vague, a revista Cahiers du Cinema, durante seis anos. Rohmer fez seu primeiro longa, O Signo de Leão, em 1959. Visto por muitos como conservador, ele nunca se ateve a modismos. Seus filmes não agradam a todos os gostos. Na pele de um personagem do filme Um Lance no Escuro, de 1975, Gene Hackman diz, referindo-se ao cineasta: "Vi um de seus filmes uma vez -- era como assistir a uma camada de tinta secar".

Reuters

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