O diretor nova-iorquino Darren Aronofsky atinge platéias mais abrangentes com seu novo filme, o angustiante Réquiem para um Sonho, em exibição na 25ª Mostra BR de Cinema. Como em seu filme anterior, Pi, ainda inédito no Brasil, a montagem é um dos maiores atrativos do festival. Harry (Jared Leto), a namorada Marion (Jennifer Connelly) e o melhor amigo Tyrone (Marlon Wayans) são viciados em heroína e se viram como podem para bancar o vício. Na outra ponta da história, está a mãe de Harry, Sara (Ellen Burstyn), que passa o dia inteiro em frente à televisão.
Quando convidada a participar do programa de TV do qual é fã, Sara recorre a auxílio médico para emagrecer e voltar a entrar no vestido vermelho que enchia os olhos do marido já falecido. O remédio receitado é à base de anfetaminas e Sara, assim como o filho, também se torna dependente química.
Aronofsky se utiliza de inúmeros recursos para dar agilidade ao filme, que carrega certa linguagem de videoclipe. Nas cenas em que os jovens se drogam, o diretor estabelece um símbolo visual a partir de uma frenética sequência de imagens que culmina na dilatação de um par de pupilas.
É a senha para identificar o estado mental do personagem ao ingerir a droga.
Inspirada no livro de Hubert Selby Jr., a fita deve muito à excelente performance dos atores, especialmente a veterana Ellen Burstyn (O Exorcista), em uma das melhores interpretações de sua carreira, o que lhe valeu a indicação ao Oscar.