A vida e a época de Brigid Berlin, a socialite que virou atriz de filmes de Andy Warhol, é o tema do documentário A História de Brigid Berlin, em cartaz na 25ª Mostra BR de Cinema. O filme é às vezes divertido, mas também um pouco melancólico. Berlin, que hoje tem 60 anos, é filmada em seu apartamento em Nova York onde vive cercada de cães.
Ela recorda a infância vivida com seus pais ricos, Richard e Honey Berlin. Seu pai era presidente da Hearst Corporation e um republicano de direita entre cujos amigos íntimos figuravam Richard Nixon, Joe McCarthy e J. Edgar Hoover.
Sua mãe era presença constante na vida social da costa leste norte-americana e contemporânea da famosa Diana Vreeland.
Brigid rebelou-se contra tudo isso desde cedo. Depois de um casamento precoce e de uma passagem por uma clínica de jejum no México (ela sempre teve um problema de peso), acabou virando presença constante da Factory de Andy Warhol, ganhando fama por suas fotos Polaroid e seu hábito de gravar conversas telefônicas (do qual, por sinal, ela ainda não abriu mão).
Ela apareceu como traficante lésbica em The Chelsea Girls e também fez participações em Bike Boys e Imitation of Christ.
Berlin, que em algumas cenas do documentário está magra, fazendo dieta rigidamente, mas em outras deixa claro que sucumbiu a seu prato favorito, torta de limão com chantili, fala francamente sobre sua vida e faz imitações sarcásticas de Warhol e de sua mãe.
Warhol é ouvido por meio de algumas das muitas fitas de Berlin. Ela mostra o caderno em que celebridades, entre elas Jane Fonda, Leonard Cohen e Dennis Hopper, desenhavam pênis a pedido dela.
Em materiais de arquivo, ela é vista de topless, fazendo o que chamava de suas "telas de peito", em que cobria os seios com tinta e os apertava sobre folhas de papel.
Ainda cheia de garra, Brigid Berlin acaba passando a impressão de alguém um tanto quanto triste, apesar de sua vida colorida e cheia de provocações.