O Gosto dos Outros, filme em cartaz na 25ª Mostra BR de Cinema, em São Paulo, traz uma narrativa simples e sutil, com a qual a atriz francesa Agnés Jaoui entrelaça as histórias de diversos personagens. A estréia de Jaoui como diretora surpreende pela forma como ela humaniza as tramas e os personagens, bem como pela atuação dos atores, que convencem de tal modo que o espectador chega a esquecer que está num cinema e experimenta uma sensação nova, como se estivesse ouvindo uma atrapalhada história contada por um amigo.
Castella (Jean-Pierre Bacri, marido de Jaoui na vida real) é um irritado dono de uma fábrica que desfila uma esposa-prêmio (Christiane Millet), aguenta as incessantes lamentações de uma irmã solteirona e sem-teto (Anne Le Ny) e atura um guarda-costas (Gerard Lanvin), contratado temporariamente.
Ele é do tipo "rústico", sem qualquer educação intelectual e odeia o gerente de sua fábrica, Weber (Xavier De Guillebon), um interessante parisiense.
Com quase um ódio da mulher, sua diversão é comer, coisa não pode fazer por sofrer de pressão alta. Mas a vida chata de Castella está prestes a mudar quando Clara (Anne Alvaro) vai ao seu escritório lhe dar aulas de inglês.
Nem um pouco interessado, ele dispensa a professora, que algumas noites depois revela-se uma atriz de teatro de talento pela qual Castella logo se interessa.
Ele decide, então, continuar com as aulas e fazer de tudo para agradar a atriz e seus amigos artistas, que o tratam com ironia.
Castella não mede esforços nem mesmo diante da presença de sua esposa, que vive para lá e para cá com o motorista da família (Alain Chabat), reclamando da vida.
Enquanto isso, o motorista inicia um caso com uma garçonete, Manie (Jaoui), que também sai com o guarda-costas. Detalhe: o motorista está noivo de uma norte-americana.