O cineasta Nelson Pereira dos Santos veio especialmente a São Paulo para três homenagens muito especiais: a primeira exibição pública da cópia restaurada de Vidas Secas, seu clássico de 1963, a estréia do curta-metragem inédito Meu Compadre Zé Ketti e para receber o troféu Bandeira Paulista da 25 Mostra BR de Cinema por sua carreira. Em entrevista à Reuters, o veterano diretor revelou que dispõe ainda de muito material inédito que sobrou do curta -- sua experiência pioneira com câmera digital - e será destinado à produção de um longa-metragem. Ele também pretende utilizar cenas de filmes seus nos quais o sambista trabalha como ator, como Rio, 40 Graus e Rio, Zona Norte.
Meu Compadre Zé Ketti foi sua primeira experiência com câmera digital e ele pretende continuar usando a nova tecnologia no futuro.
A filmagem foi super-rápida e gostei do resultado, explicou. O documentário foi rodado em cerca de quatro horas. "O tempo necessário para preparar a feijoada que aparece no filme", brincou o diretor.
No curta, vários sambistas como Noca da Porterla, Walter Alfaiate e Nelson Sargento conversam sobre Zé Ketti e lembram histórias de seu passado.
Numa cadeira vazia, ao lado, um chapéu preto simboliza a presença do compositor. "Essa idéia foi do Noca que até brincou dizendo que iríamos fazer uma sessão espírita. Achei que ficou uma homenagem bem bonita ao meu amigo", finalizou.