O público que procura algo surpreendente e "cabeça" vai encontrá-lo em Waking Life, o novo trabalho de Richard Linklater, com exibição nesta sexta-feira na 25a Mostra BR de Cinema. A produção faz jus ao adjetivo "inovador". Filmado em vídeo digital, editado e depois "animado" através de uma técnica computadorizada chamada rotoscopia intercalada, o filme tem um look impressionista e flutuante.
Recebido com furor em sua pré-estréia no festival de Sundance deste ano, Waking Life conquistará internautas fãs de animação e cinéfilos de todos os tipos, por ser um trabalho leve.
Para fazer Waking Life, o diretor se uniu ao animador Bob Sabiston, utilizando uma técnica que permite que chamadas pinceladas sejam "esticadas" sobre vários quadros de filme, resultando num efeito marcante de cores, linhas e personagens.
O método cria uma instabilidade visual que forma uma correlação perfeita com a grande diversidade de pontos de vista ouvidos nos embates verbais em que se engajam os personagens.
Deixando de lado os elementos visuais, a melhor maneira de descrever o filme é dizer que é uma espécie de bate-papo entre universitários, no qual várias pessoas bem informadas, que se encontram e discutem num cursinho coletivo sobre as maneiras modernas de interpretar a existência humana.
A base de tudo está o jovem descabelado e quase mudo Everyman (Wiley Wiggins, de Jovens, Loucos e Rebeldes), que anda por aí supostamente sonhando sobre os encontros com pessoas que lhe dizem tudo o que ele quer ouvir.
O jovem andarilho encontra um sujeito professoral que lhe afirma que o existencialismo foi mal interpretado ao ser visto como a religião do desespero e da desesperança, quando, em lugar.