Rick Schmidlin, responsável pela restauração de Ouro e Maldição, do diretor alemão Eric von Stroheim, exibido na 25ª Mostra BR de Cinema, não poupou elogios ao CineSesc, que foi o local escolhido para as duas únicas exibições da cópia revista e ampliada do clássico de 1924. "Já exibi este filme em 25 festivais. Este é o melhor cinema que já vi no mundo. Não só por suas condições excepcionais de projeção, como pelo fato de ter um bar, que permite às pessoas fumar um cigarro ou tomar uma bebida sem deixar de assistir ao filme", disse o diretor à reportagem.
Surpresas de Stroheim em São Paulo
Rick Schmidlin revelou que o cineasta alemão esteve uma vez em São Paulo, em 1954, para participar de um festival de cinema. Naquela ocasião, conheceu um homem, que se apresentou como jornalista do diário Los Angeles Times, e se tornou seu amigo.
Os dois foram beber juntos num bar e von Stroheim mostrou-lhe as fotos de suas netas. O homem olhou as fotos e disse: "Mas essas são as minhas netas".
O jornalista que von Stroheim acabara de conhecer era o sogro de seu filho. Simplesmente, os dois avôs nunca tinham se encontrado, porque moravam em cidades diferentes.
Restaurador fez trabalho de Graça
Pelo magnífico trabalho de restauração de Ouro e Maldição, que aumentou de duas para quatro horas a extensão do filme de Stroheim - mutilado pelos produtores em 1924, quando tinha, no total, 9 horas e meia e duração - Rick admitiu não ter recebido nada da Turner Entertainment.
"Eu insisti muito para fazer este trabalho, que julgava necessário. Insisti tanto que acho que Ted Turner acabou concordando, ou para se ver livre de mim ou até por não acreditar que eu levaria uma tarefa deste tamanho até o fim".