Tolkien escreveu os três volumes de sua obra entre 1954 e 1955. A versão cinematográfica contará também com três episódios. O primeiro, A Sociedade do Anel, será complementado por outros dois, cujas estréias estão previstas para o Natal dos próximos anos, As Duas Torres, em 2002, e O Regresso do Rei, em 2003).

O cineasta neozelandês Peter Jackson já rodou os três episódios durante quinze meses de filmagens para os estúdios New Line Cinema e com um custo estimado em 300 milhões de dólares.

O resultado do primeiro episódio é uma obra gótica impressionante, cheia de efeitos especiais e que pretende ser fiel ao romance original, apesar de uma adaptação ser muito perigosa devido ao caráter único da obra de Tolkien.

"Meu ponto de vista é que O Senhor dos Anéis é uma obra particularmente difícil de se adaptar a uma forma dramática visual", comentou Christopher Tolkien, o filho mais novo do escritor, apesar de afirmar que, com isso, não pretendia condenar a adaptação cinematográfica.

Em todo caso, Peter Jackson encontrou-se diante de um desafio quase sem precedentes na história do cinema, ou seja, adaptar para as telas uma obra de 200.000 palavras, ainda maior do que Guerra e Paz, de León Tolstói.

O livro de Tolken, traduzido para 50 línguas e com cem milhões de exemplares vendidos, apresenta, além disso, a dificuldade de seu caráter onírico e a complexidade de suas intrigas.

Mesmo com certa liberdade na adaptação, Jackson quis se manter fiel ao original. "Nós nos inspiramos permanentemente no livro, não apenas durante a redação do roteiro, como também ao longo da filmagem. Antes de cada cena, eu relia a parte do livro correspondente e os atores faziam o mesmo", afirma o diretor.

Elijah Wood encarna o jovem Hobbit Frodon, que herda um anel mágico, instrumento de poder absoluto ambicionado pelo malvado Saruman (Christopher Lee). Ian McKellen interpreta Gandalf e Cate Blanchett a rainha Galadriel.