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A Sociedade do Anel tem críticas muito positivas

Terça, 11 de dezembro de 2001, 10h35

É difícil de acreditar que outro filme pode ainda este ano ser o responsável por tanta expectativa do público de cinema quanto Harry Potter e a Pedra Filosofal. Mas é verdade. O título do filme é A Sociedade do Anel, a fita de estréia da trilogia O Senhor dos Anéis, baseada na obra clássica de J.R.R Tolkien. A produção, dirigida por Peter Jackson (diretor de Heavenly Creatures), teve pré-estréia na segunda-feira na Inglaterra, chega aos cinemas dos Estados Unidos em 19 de dezembro e toma conta das telas brasileiras em 1º de janeiro. O buzz positivo é ainda maior do que o da fita sobre o bruxinho de J.K. Rowling, que já faturou quase US$ 500 milhões em todo o mundo.

Críticos que viram A Sociedade do Anel antecipadamente já chamaram a fita de "clássico moderno" e "blockbuster certo". O hype é de que o filme é mais emocionante do que Harry Potter e a Pedra Filosofal. De acordo com David Ansen, da revista Newsweek, há mais "terror" do que "qualquer filme sobre mágicos" em cartaz atualmente nos cinemas, um recado claro ao novo aluno da escola Hogwarts. O jornalista, um dos primeiros a ter a chance de assistir ao filme, também fez elogios à atuação do elenco, que inclui Liv Tyler, Elijah Wood, Ian Holm, Ian McKellen e Cate Blanchett. Suas críticas negativas foram aos personagens "mocinhos", que não são tão bem caracterizados quanto os vilões. Ele também acha que o filme é muito violento para crianças pequenas.

No web site Aint-It-Cool-News, um crítico "anônimo" disse que ficou muito impressionado com o filme e que os efeitos especiais são de deixar George Lucas com vergonha de Episódio 1 A Ameaça Fantasma, o filme mais recente da série Guerra nas Estrelas. O crítico também elogiou a performance de McKellen, que faz o papel do mago Gandalf, mas reclamou da duração do filme, com três horas: segundo ele, os 60 minutos iniciais poderiam ter sido editados. Para o crítico Peter Travers, da revista Rolling Stone, A Sociedade do Anel é o melhor filme deste ano.

O Senhor dos Anéis é um dos principais projetos de Hollywood nos últimos tempos. Os três filmes da série foram rodados um atrás do outro na Nova Zelândia, em um período de quase dois anos, com uma equipe de 2,4 mil pessoas. Os próximos (As Duas Torres e O Retorno do Rei) estão quase prontos, mas devem estrear apenas no final de 2002 e 2003. O orçamento total teria passado dos US$ 300 milhões, um dos maiores da história da terra do cinema. O projeto, do estúdio New Line Cinema, também teria algumas das cenas mais elaboradas e os efeitos especiais mais impressionantes dos últimos tempos. Uma seqüência de uma batalha à noite, por exemplo, demorou três meses inteiros para ser rodada.

O Senhor dos Anéis é uma história épica de uma batalha de poder entre magos, elfos, anões e outros seres na Terra Média. A trama está centrada em Frodo Baggins (Wood), um hobbit cuja vida pacífica na Terra Média é perturbada quando ele sai em uma missão de destruir um anel mágico procurado pelo lord mau Sauron, que vai ser o todo-poderoso local se consegui-lo.

A família do autor dos livros está dividida quanto à adaptação das obras para o cinema. O proprietário dos direitos autorais dos livros, Christopher Tolkien, de 77 anos, filho mais velho do escritor, seria contra os filmes, mas não deu entrevistas para a imprensa. Seu filho Simon, de 42, é a favor do trabalho, mas a opinião de nenhum dos dois conta. O próprio Tolkien vendeu os direitos de adaptação dos livros para o cinema em 1968 (cinco anos antes de sua morte, aos 81 anos), por meros US$ 14 mil. Mais de 100 milhões de unidades dos livros – escritos há quase 50 anos – foram vendidas em todo o mundo.

O Senhor dos Anéis tem uma campanha de marketing tão grande quanto Harry Potter, mas é "vendido" para o público como o trabalho sério de um cineasta visionário e não como o blockbuster da estação. Ainda assim, os personagens da trilogia aparecem em videogames, brinquedos, cartas, espadas e todo tipo de merchandising, no melhor estilo empresarial de Hollywood, que quer conquistar os "true believers", como são chamados os fãs das obras de Tolkien.

Para o diretor, rodar o filme deu muito trabalho, mas ao mesmo tempo foi fácil. "O Senhor dos Anéis é uma história ótima e muito cinematográfica", disse ele em uma entrevista recente. "Tem tudo que você pode querer em um filme. Mas a gente também teve respeito absoluto pelos livros, que têm espetáculo e escala épica, mas são ao mesmo tempo muito íntimos". É esperar para ver ou ler: os livros também estão à venda em todo o mundo. No Brasil, a publicação é da editora Martins Fontes.

Ricardo Bairos
Planet Pop

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