Para o compositor canadense Howard Shore, compor as nove horas de trilha sonora da trilogia O Senhor dos Anéis foi o maior desafio de sua vida. Mas ele adorou cada instante que passou mergulhado no mundo sombrio e fantástico da Terra Média. Aliás, diz que não vê a hora de voltar a entrar nesse mundo, e espera que sua composição gigantesca seja material digno de um Oscar.
Shore se manteve sempre fiel ao clássico de J.R.R. Tolkien, que já atraiu mais de 100 milhões de leitores nos últimos 50 anos e, em muitas pesquisas da virada do milênio, foi escolhido o livro do século 20.
"Enquanto compunha, tinha o livro aberto sobre minha mesa e o lia, página por página", contou Shore à Reuters Television, na véspera da pré-estréia mundial de A Sociedade do Anel, o primeiro da trilogia.
Shore, cujo currículo impressionante em Hollywood inclui as trilhas sonoras de Seven, os Sete Crimes Capitais, Uma Babá Quase Perfeita, O Silêncio dos Inocentes e Filadélfia, foi o primeiro a admitir que O Senhor dos Anéis representou o maior desafio musical que ele já enfrentou.
"Encontrei realização pessoal no que eu fiz", disse ele. "Todos nós, como grupo, demos mais do que nosso máximo."
Mas será que ele não se cansou de dedicar um tempo tão grande de sua vida ao épico, que levou 18 meses para ser filmado em meio ao esplendor das paisagens neozelandesas?
Longe disso, diz Shore. "Na realidade, se eu tivesse mais tempo, eu ficaria feliz em viver naquele mundo. Era um lugar incrível para se viver", explicou.
"No futuro, vamos poder assistir a uma versão de O Senhor dos Anéis com nove horas de duração. Penso neste filme como o primeiro ato."