Com a exibição de Treze dias que abalaram o mundo em Havana, na noite de domingo, o público cubano teve acesso pela primeira vez à versão hollywoodiana da célebre crise dos mísseis cubanos, de 1962, que levou o mundo para a beira de uma guerra nuclear. Estrelado por Kevin Costner, o filme foi primeiramente exibido na ilha em abril passado, a convite do presidente cubano Fidel Castro e para um público composto exclusivamente de convidados.
Desta vez, o público cinéfilo que lotou um cinema importante de Havana irrompeu em aplausos ao término da projeção, tendo aplaudido, também, o produtor Peter Almond e o ator Christopher Lawford Kennedy, sobrinho dos assassinados John e Robert Kennedy.
"O que os americanos fizeram com o tema é, de modo geral, bom. Mas o filme é uma versão hollywoodiana dos fatos, à qual falta algo muito importante: o ponto de vista dos cubanos", disse à Reuters o ensaísta e roteirista de cinema Ambrosio Fornés.
Recheada de cenas dramáticas e assustadoras, a superprodução relata os bastidores da crise dentro da Casa Branca durante a administração Kennedy, assim como o trabalho do assistente especial do presidente, Kenny O'Donnell (Costner) e do então Conselho Nacional de Segurança.
Almond agradeceu publicamente às autoridades cubanas e aos organizadores do 23º Festival do Novo Cinema Latino-americano de Havana pelo convite para mostrar seu filme em Cuba mais uma vez.