Depois de três anos de muito tititi e histeria, com boatos e fofocas sobre o projeto de 270 milhões de dólares, Jackson, cansado mas empolgado, disse que já era tempo de as pessoas pararem de tagarelar e assistir à produção.
"Estou aliviado de que as pessoas finalmente vão ver o filme. É só um filme que precisa ter identidade como um filme e não apenas como falatório de Internet", disse ele antes da pré-estréia mundial da primeira parte da trilogia, A Sociedade do Anel, na segunda-feira em Londres.
O Senhor dos Anéis foi um desafio para compositorJackson era pouco conhecido fora da Nova Zelândia. Mas seu trabalho em trazer a fantasia épica de J.R.R. Tolkien para a telona estabeleceu sua fama "jogador" de Hollywood mesmo antes do lançamento do filme.
Os livros de Tolkien sobre o mundo imaginário da Terra do Meio, habitado por hobbits, anões, elfos e magos, ganharam de fãs desde que foram publicados há quase 50 anos, mas nunca foram completamente traduzidos para o cinema.
A New Line Cinema assumiu o risco de financiar todos os três filmes antes que o primeiro da trilogia fosse lançado -- um compromisso que Jackson, de 40 anos, sentiu pesar sobre seus ombros.
"Senti uma responsabilidade muito pesada pelo risco que a New Line assumiu. Tentei fazer o melhor filme que pude como minha parte no processo de ajudar a aliviar esse risco", disse ele.
"Mas certamente sinto um alívio ao ver que o filme está sendo considerado bom."
O amor de Jackson pelo projeto é evidente, e ele era fã de Tolkien muito antes de se tornar cineasta. Seu aspecto alegre e sua barba - aliados ao seu hábito de andar descalço e à sua aparência desleixada - levaram o elenco e a equipe de filmagens a apelidá-lo de "hobbit real".
"Queria dizer que me pareço mais com um herói espadachim, mas não. Sinto-me muito mais como um hobbit", disse ele rindo de si mesmo.
"Passei sete anos de minha vida nesse projeto, derramando meu coração em cada pedacinho dele. Mas acho que é o mínimo que devemos a Tolkien e à legião de fãs mundo afora."