O Festival de Cinema de Sundance chegou perto do fim nesta quinta-feira, com o misto usual de astros e estrelas, festas, contratos com Hollywood e, como sempre, filmes independentes esdrúxulos que fizeram o público aplaudir e vaiar -- em alguns casos, ao mesmo tempo. O maior ponto de encontro do cinema independente norte-americano teve sua atenção voltada a um novo grupo de cineastas dotados de consciência social e que vieram lançar filmes como a comédia séria Pumpkin e o pseudo-documentário The Laramie Project, sobre o assassinato do gay Matthew Shepard.
Os pontos de vista de cineastas novatos, veteranos do cinema independente e astros e estrelas de Hollywood diferem, mas todos citaram a tradição que do cinema underground de encarar questões difíceis das quais Hollywood prefere fugir.
Para Christina Ricci, 21 anos, que produziu e estrelou Pumpkin, a diferença, em 2002, não está tanto nos temas tratados, mas no tratamento que eles estão recebendo.
"Acho que minha geração é bem menos indulgente", explicou. "Antes, havia a idéia de que `isto é cinema de arte, podemos fazer o que quisermos. Podemos fazer filmes horríveis porque são de arte, filmes socialmente irresponsáveis porque somos artistas'... É dessa indulgência da qual eu falo, e acho que ela deixou de existir."
Mais de 170 filmes estão participando do festival de Sundance este ano, realizado numa cidade de montanha recoberta de neve. Muitos estão à venda.
O festival começou na quinta passada com a estréia de Laramie Project, que teve a presença de Robert Redford, um dos fundadores de Sundance. O auge se dará no sábado, com a cerimônia de premiação.